BTG vê commodity desbancando cana-de-açúcar como matéria-prima principal do etanol; saiba qual
Na visão dos analistas dos BTG Pactual (BPAC11), uma commodity em especial pode e deve desbancar a cana-de-açúcar como a principal matéria-prima para produção de etanol no Brasil.
De acordo com o banco, a competividade de longa data do Brasil no plantio, cultivo, colheita e processamento de cana-de-açúcar fez com que o país consolidasse a sua posição como um dos maiores e principais produtores de etanol.
E, para o futuro, a tendência é de maior protagonismo, mas com um novo componente chave.
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O futuro do etanol
Segundo o BTG, o futuro do biocombustível passa pelo milho, já que a cana-de-açúcar está sendo “destronada” pelo grão.
Há cinco anos, a produção de etanol de milho no Brasil saiu de zero para cerca de 6 bilhões de litros em 2023, representando 19% do volume do biocombustível produzido no Centro-Sul do país.
A produção de etanol de cana-de-açúcar, por sua vez, caiu de 32 bilhões de litros em 2019/2020 para estimados 26 bilhões de litros neste ano.
Vale lembrar que, por muito tempo, o milho foi uma das culturas menos atraentes para os agricultores do Brasil, muitas vezes plantado como cobertura do solo durante o período de entressafra da soja.
Dessa forma, o que explica essa mudança? De acordo com o BTG, a transição é explicada pela produtividade.
Enquanto a produtividade da cana-de-açúcar se manteve estável no Brasil nos últimos 20 anos, a produtividade do milho, principalmente o de 2ª safra, cresceu seis vezes, com o milho se tornando uma matéria-prima mais eficiente do que a cana.
Assim, em 2022, cerca de 9% da safra de milho do Brasil foi direcionada para produção de etanol.
Usinas, ações, sustentabilidade e o papel do Brasil
Ao todo, o Brasil conta com 19 usinas de etanol de milho e outras seis estão sendo construídas. A produção de etanol de milho do país foi de apenas 790 milhões de litros em 2018/2019 (3% da produção do Centro-Sul) antes de crescer
para 4,4 bilhões de litros na última safra (15% do Centro-Sul).
Assim, o BTG defende há muito tempo de que o futuro do fornecimento do etanol está garantido no longo prazo, com o Brasil e a Índia apostando no biocombustível para descarbonização.
Nas economias desenvolvidas, o etanol também está tendo uma demanda crescente com os combustíveis sustentáveis para aviação (SAF).
Dessa forma, o banco vê o Brasil como protagonista no crescimento da produção de etanol, cada vez mais focada no milho, e reforça compra de Raízen (RAIZ4), São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3).