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BTG vê ano desafiador para Kroton, que deve investir R$ 700 milhões em 2019

05 fev 2019, 12:31 - atualizado em 05 fev 2019, 12:31
A Kroton tem marcas como Anhanguera, LFG, Uniderp e colégios Pitágoras

Por Investing.com – O BTG Pactual estima que a Kroton (KROT3) deve realizar investimento de R$ 700 milhões neste ano, sendo que metade do montante destinado à expansão, sendo R$ 250 milhões para novas unidades e R$ 100 milhões para unidades existentes, cursos, laboratórios, infraestrutura. Com isso, 2019 deve ser desafiador, mas com a companhia caminhando para um cenário mais positivo a partir de 2020.

A recomendação segue neutra, com preço-alvo de R$ 17,50.

Em relatório enviado a clientes nesta terça-feira, a equipe do banco entende que no próximo ano, a Kroton deve sentir um menor impacto da “desalavancagem operacional” dos alunos de graduação do FIES, melhor dinâmica de capital de e melhora da economia estimulando o ciclo de consumo, além das sinergias com a Somos, que devem impulsionar o crescimento do resultado.

A Kroton destacou em encontro com analistas do BTG que está conseguindo uma melhor taxa de retenção de alunos. No entanto, com a mudança do mix de aluno, com menos alunos com FIES, e quantidade de alunos encerrando os cursos, principalmente os com FIES, a base de matriculados deve cair em 2019. Apesar disso, essa perda deve ser compensada com o aumento dos preços das mensalidades.

A companhia espera que as receitas de consumo cresçam perto da inflação na base anual, com a pressão sobre o número de estudantes compensados por uma melhor dinâmica de preços. Engenharia, Saúde e Direito já representam mais de 60% do total dos alunos.

Para o BTG, são três os fatores que estão afetando as receitas da companhia: aumento da carga de trabalho dos alunos, reduzindo a flexibilidade de estabelecer um currículo com apenas alguns créditos em um determinado semestre (ajudando o ticket médio, mas pressionando a coleta com a pior elasticidade de preço); maior co-pagamento (out-of-pocket – OoP) para alunos do FIES, que costumam atrasar os pagamentos devido a todos os problemas quando da renovação semestral dos contratos e o fraco cenário macroeconômico.

A geração de fluxo de caixa tem sido (e continua a ser) a principal preocupação da equipe do BTG. Para 2019, esperam cerca de R$ 2 bilhões de EBITDA contábil, quase R $ 150 milhões de reversões de provisão; aproximadamente R$ 550 milhões de consumo WK e cerca de R$ 700 milhões de investimento.

Por isso, o banco manteve a recomendação neutra para Kroton, mas admite que a maioria das notícias negativas já foram divulgadas e, se as coisas continuarem a melhorar na margem, a geração fluxo de caixa do 2020 melhorará consideravelmente, suportando o papel.

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