BTG (BPAC11) vai manter fôlego de crescimento em 2025? CEO responde
O BTG Pactual (BPAC11) espera continuar crescendo seu retorno ajustado anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) próximo do ritmo dos últimos anos, afirmou nesta segunda-feira o presidente-executivo do maior banco de investimentos da América Latina, Roberto Sallouti, sem precisar um número.
“Pode ser perto do que foi esse ano. Ou pode ser perto do que foi em 2022 ou 2023”, afirmou o executivo em teleconferência com analistas para comentar os resultados do último trimestre e de 2024, ano em que o banco apurou um ROAE anualizado de 23,1%, ante 22,7% no exercício anterior.
“Hoje, nós estamos confortáveis dando o guidance que vamos continuar a expandir o nosso ROAE.”
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Ele acrescentou que o banco espera manter a tendência de crescimento verificada em anos recentes em Asset Management, Wealth Management, crédito, e que todos esses crescimentos serão maiores do que os custos.
“As tendências recentes não vão ser muito diferentes das passadas em receita e em custo”, reforçou.
Sallouti afirmou que o banco espera voltar a ter crescimento na divisão de “Sales & Trading”, apesar do ambiente macroeconômico “ainda difícil”, mas destacou que mesmo que essa linha do balanço não cresça significativamente, o BTG terá uma expansão significativa de ROAE.
Em 2024, a área de Sales & Trading do BTG registrou queda de 4% ano a ano. No quarto trimestre, houve declínio de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ele também disse que o BTG tem várias iniciativas onde o investimento chega antes da receita. “Nós investimos em muitos novos produtos, muitos novos serviços, muito novas geografias, nós temos iniciativas diferentes no ponto da curva de lucratividade…isso nos dá conforto da garantia de expansão.”
De acordo com o executivo, à medida que o banco ganha participação de mercado, continua a crescer com consistência, se beneficiando de tecnologia, de ganhos em produtividade, processos, controles, terá os custos crescendo em nível inferior à sua alavancagem.
Na bolsa paulista, as units do BTG subiam 0,37%, a R$32,24, enquanto o Ibovespa avançava 1,05%.
Analistas destacaram em relatórios mais cedo que o BTG apresentou um resultado sólido para o quarto trimestre, embora o lucro tenha ficado um pouco abaixo das previsões no mercado, e que veem o banco preparado para um cenário mais desafiador esperado para o setor bancário em 2025.
BTG Pactual: Net new money
Sallouti apontou como principal risco para a performance de “net new money”, que em 2024 somou R$96,7 bilhões, dos quais R$17,8 bilhões no quarto trimestre, concorrência dos produtos de renda fixa com isenção fiscal que os grandes bancos podem oferecer aos clientes, dado o nível atual da taxas de juros.
“Se você tem o produto com isenção de juros, eu acredito que esse é o maior risco para novas captações”, afirmou.
Ele também citou que o banco já atingiu R$1 trilhão em ativos sob gestão (AuM e AuA), após fechar o ano passado com R$992 bilhões de reais.
O BTG também “tem confiança” de continuar crescendo a linha de “Corporate Lending & Business Banking” a uma taxa de 20% neste ano, com o banco trabalhando para aumentar o seu portfólio como um todo.
Em 2024, a carteira de crédito cresceu 29,2% e as receitas 26,6%, em desempenho beneficiado pela diversificação de produtos, segmentos e geografias, mas também da redução contínua do custo de captação. O portfólio de pequenas e médias empresas aumentou 26,8%.
Nesta segunda-feira (10), as ações BPAC11 encerraram a sessão com queda de 1,77%, a R$ 31,55, figurando como a terceira maior baixa do Ibovespa (IBOV).