Pressão vendedora de R$ 100 bi; Veja as 8 ações que podem sofrer com saída do BNDES
Por Investing.com – A lentidão para aprovar as privatizações no Congresso Nacional pode levar a equipe econômica, liderada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, a utilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como fonte de curto prazo do governo federal levantar dinheiro aos cofres públicos e, consequentemente, diminuir a dívida pública, de acordo com estudo do BTG Pactual.
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A estratégia é aumentar o valor de repasse do BNDES ao Tesouro Nacional neste ano, de R$ 26 bilhões previstos inicialmente para R$ 100 bilhões, cujas negociações já se iniciaram. A dívida total do banco de fomento com o Tesouro é de R$ 260 bilhões.
Uma das formas do BNDES de levantar a cifra bilionária é se desfazendo de suas participações em diversas empresas listadas na bolsa. O BTG Pactual (BPAC11) analisa que diversas companhias das quais faz cobertura têm potencial de sofrer com uma pressão de venda. Estima-se que, no final de setembro, o BNDES possuía participações equivalentes a R$ 100 bilhões em empresas, variando o tamanho da fatia do banco de acordo com a empresa. Em alguns casos, pode chegar a 25% da empresa.
Na visão dos analistas, caso o BNDES decida vender algumas dessas participações, a pressão de venda poderá ser grande. Segundo as estimativas dos analistas, e com base no número de dias úteis, as ações sob cobertura do BTG mais expostas à pressão de venda são CPLE3 (CPLE3) (237 dias), TIET11 (90 dias), JBSS3 (JBSS3) (89 dias) e TUPY3 (TUPY3) (81 dias).
A equipe espera que, naturalmente, operações mais representativas serão vendidas via blocos.
Empresas com maior participação do BNDES
Marfrig (MRFG3) – 33,74%
AES Tietê (TIET11) – 28,33%
Tupy – 28,19%
Copel (CPLE6) (CPLE3) – 26,41%
Petrobras (PETR4) – 22,16%
JBS – 21,32%
Copel (CPEL6) 21,21%
Eletrobras (ELET3) – 18,72%
Levy assume
A manhã desta segunda-feira (07) ocorreu a cerimônia de posse do novo presidente do BNDES, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, em Brasília. Em seu discurso, Levy defendeu a revisão do balanço do banco de fomento e a redução da dependência dos recursos do Tesouro, que a qualificou de “exagerada”. “Estamos na antesala de um novo ciclo de investimentos, com economia mais aberta…estamos ajustando todo o balanço do banco, precisamos repensar a maneira de trabalhar para podermos otimizar nossa balanço que hoje depende em proporção exagerada de recursos do Tesouro”, disse Levy.