Comprar ou vender?

BTG prefere Pão de Açúcar a Carrefour no curto prazo

11 dez 2018, 14:47 - atualizado em 11 dez 2018, 14:47
Carrefour Market Vila Olímpia, em São Paulo (Divulgação)

O BTG Pactual iniciou a cobertura das ações do Carrefour Brasil (CRFB3), com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20,00 – o que representa um upside (potencial de valorização) de 19,5% em relação ao fechamento da última segunda-feira (10). O múltiplo de preço da ação sobre lucro (P/L) para 12 meses é estimado  é de 20 vezes.

Conforme os analistas Fabio Monteiro e Luis Guanais, a tese de investimento na companhia é pautada nos prospectos de crescimento e na execução superior do cash-and-carry (Atacadão); proporção de maior valor nos segmentos imobiliário e de serviços financeiros; maior prognóstico de inflação de alimentos, aliviando as pressões na margem; e iniciativas para aumentar a lucratividade.

No entanto, a recomendação neutra dos papéis é justificada pelas expectativas positivas não se materializarem totalmente no momento atual, especialmente devido a pequena margem no canal de supermercados e hipermercados da companhia, em especial com o avanço da modalidade “atacarejo”.

Alta complexidade, novo formato

A equipe de análise do BTG Pactual também ressalta no relatório a complexidade elevada do setor de alimentos, seja pelo grande número de fornecedores (com marcas estabelecidas e alto poder de barganha), seja pela existência de um player forte local em cada estado, a despeito do setor ser liderado por peers estrangeiros.

Outro ponto de atenção no relatório é a crescente transformação do setor via mudanças nos hábitos dos consumidores, que atualmente preferem marcas mais baratas e vão menos presencialmente às lojas. “O papel anterior dos hipermercados no varejo de alimentos, i.e. conceito one-stop-shop, tem sido mudado por um formato cash-and-carry”, destacam os analistas, afirmando ainda que, em decorrência da mudança de hábitos dos consumidores, os hipermercados adotam atualmente um approach com elasticidade-preço superior, tendência que deve permanecer e sacrificar margens.

Longo prazo

Por fim, os analistas destacam que preferem as ações do Pão de Açúcar (PCAR3) no curto prazo, devido ao melhor momentum operacional. Contudo, no longo prazo, o BTG ressalta as ações do Carrefour Brasil, pelo seu maior valor intrínseco e pela maior exposição ao formato “cash-and-carry”, que representa 70% das vendas atuais. Além disso, a “excelente execução” do Banco Carrefour corrobora para o otimismo no longo prazo, o que deverá “gerar retornos decentes nos anos vindouros” do segmento financeiro.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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