Destaques da Bolsa

BTG vê potencial de valorização de quase 150% nas ações da Azul (AZUL4); é hora de comprar?

13 ago 2024, 13:02 - atualizado em 13 ago 2024, 18:11
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Analistas do BTG Pactual afirmaram que a recomendação neutra para os papéis da Azul deve prevalecer enquanto a alavancagem continuar sendo uma questão de curto prazo. (Imagem: Facebook/Azul Linhas Aéreas Brasileiras)

O BTG Pactual rebaixou a recomendação para as ações de Azul (AZUL4) de compra para neutro, após os resultados do segundo trimestre — que foram mais fracos do que o esperado. 

O banco também cortou o preço-alvo de R$ 33 para R$ 17 — o que ainda representa potencial valorização de 143% em relação ao preço de fechamento da véspera.

Segundo o BTG Pactual, as ações AZUL4 são negociadas a um múltiplo EV/Ebitda projetado para 2025 de 5x — o que está acima do múltiplo de negociação médio do setor nos níveis atuais. 

Os analistas afirmaram que a recomendação neutra para os papéis da Azul deve prevalecer enquanto a alavancagem continuar sendo uma questão de curto prazo. Para o banco, a forte desvalorização do real impactou a estrutura de endividamento (alavancagem financeira) da empresa.  

“O mercado monitorará de perto a redução do risco de desalavancagem financeira da empresa e vemos possíveis notícias de um acordo com a Gol como o principal risco de alta para nossa decisão (juntamente com um real mais forte)”, afirmam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi, que assinam o relatório. 

Ou seja, eles consideram que os investidores devem aguardar o fortalecimento do real e procurar compreender melhor a potencial diluição do capital, antes de considerarem (re)investir nas ações.

Mesmo com o rebaixamento, as ações da Azul figuraram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV). AZUL4 fechou o dia com alta de 4,00%, a R$ 7,28. 



O avanço dos papéis deve-se ao movimento de recuperação em meio a queda de mais de 1% do petróleo no mercado internacional e enfraquecimento do dólar. Acompanhe em tempo real.

 

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Destaques da Azul no 2T24

A companhia aérea encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, 31,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. 

O lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) foi de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2024, contração de 9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“O segundo trimestre é normalmente uma temporada mais fraca, portanto as nossas expectativas (e as do mercado) já levaram em conta isso”, afirmam os analistas do BTG Pactual.

As enchentes do Rio Grande do Sul também impactaram as receitas da companhia, com a redução dos assentos-quilômetro oferecidos (ASK) com o fechamento do aeroporto de Porto Alegre — que tem reabertura prevista para outubro. 

Além disso, a diminuição do ASK internacional no primeiro semestre e os atrasos nas entregas de novas aeronaves para a companhia pesaram na revisão do banco sobre a companhia. 

Isso porque, devido a esses fatores, a Azul ainda cortou projeções de desempenho (guidance) para este ano, revisando para baixo a perspectiva de crescimento de oferta e de Ebitda e ampliando a projeção de alavancagem.