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BTG Pactual reforça aposta em carne bovina e na JBS para 2019

03 jan 2019, 16:17 - atualizado em 03 jan 2019, 16:27

JBS

Por Investing.com – O BTG Pactual (BPAC11), analisando dados de exportação de proteína animal brasileira da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), aponta para um avanço no setor de avícola, indicando a preferência pela carne bovina em 2019, especialmente para as ações da JBS (JBSS3).

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Na frente de carne bovina, a equipe acredita que a forte disponibilidade de gado continuará a sustentar altos volumes de exportação e os baixos custos do gado, que alinhados a um real desvalorizado, devem manter as margens em patamares acima do histórico. Devido à forte evidência de ciclo positivo, o banco reitera nossa preferência pelo segmento, com a JBS sendo a principal aposta, apesar de enxergar sinais ainda mais fortes de um futuro previsível para o setor avícola.

O BTG avalia que, depois da recente turbulência que afetou a avicultura, os dados do quarto trimestre justificam a reversão do ciclo de longo prazo. O aumento progressivo dos spreads nos últimos meses e os números positivos das exportações em volume de dezembro devem apoiar um momento melhor para os players do setor, sendo que a BRF (BRFS3) está mais bem posicionada para aproveitar o futuro ambiente benigno.

A Secex divulgou dados de exportação de carne para dezembro e também do quarto trimestre do ano. No segmento de aves, os volumes cresceram surpreendentemente 10,5% na base anual em dezembro, após um bom desempenho, tanto em outubro quanto em novembro, levando a um aumento trimestral de 3,5%, também na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Para os analistas do banco, os dados são surpreendentes, principalmente pela redução da oferta ao longo do segundo semestre (queda de 2,5% na base anual até novembro). Por outro lado, os dados mostram que os preços tiveram alta de 1,6% ao mês em dezembro, com valores em dólares. Dessa forma, as vendas tiveram alta de 12% em um ano.

O BTG destaca também que os spreads também continuaram subindo (+ 5% m/m) e estão 17% acima da média histórica, principalmente devido à elevação dos preços em reais e dos custos estáveis de reação. Para os analistas, as companhias de aves devem finalmente começar a aproveitar um bom momento nos próximos meses.

Em relação às carnes, a visão é que o ciclo positivo começa a se esgotar, com os spreads sendo impactados pela sazonalidade. O documento da Secex indica que as exportações de carne bovina indicam que o ciclo do gado continua a se desenvolver.

Em termos de volume, as exportações do quarto trimestre cresceram 14% a a, enquanto os números de dezembro aumentaram 17% a/a, sugerindo que a maior disponibilidade de gado permanece em vigor, suportando uma produção maior.

Já os preços foram o destaque negativo, caíndo 4,6% m/m para dezembro em dólares. Para os analistas, isso é amplamente esperado nesta época do ano, com as mudanças no mix de exportação geralmente levando a preços médios menores nesta época do ano (os preços de dezembro caíram em oito dos últimos 10 anos).

Isso, combinado com um aumento no custo do gado, levou a uma queda de 5% no spread em real em dezembro, embora ainda permaneça 5% acima da média histórica. Para eles, isso não é visto como uma preocupação, já que o mercado doméstico mais forte no final do ano normalmente compensa os spreads de exportação mais baixos para os produtos de carne bovina. Apoiado pelo crescimento de volume e depreciação do real, o quarto trimestre teve um crescimento de 23% em vendas em termos reais e, assim, o BTG segue vendo um forte impulso nos lucros impulsionando a tendência dos players de carne bovina.

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