Ações da Eletrobras ganham favoritismo, após “reviravolta sem precedente”
O BTG Pactual (BPAC11) iniciou a cobertura de Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 57 para papéis ordinários (ELET3) e de R$ 63 reais para ações preferenciais classe B (ELET6), conforme relatório a clientes no final da segunda-feira, em que destaca a reviravolta operacional “sem precedente” da empresa nos últimos cinco anos.
Na visão dos analistas João Pimentel e Fillipe Andrade, a elétrica de controle estatal oferece relação de risco-retorno das mais atraentes na cobertura do BTG, pois ainda oferece uma vantagem significativa mesmo quando se exclui qualquer ganho esperado com uma possível privatização.
“Assumindo que a empresa continue sendo estatal, nosso preço alvo para a PNB seria de 52 reais… Evidentemente, há valor adicional significativo a ser destravado se uma privatização for bem-sucedida. Nesse caso, nosso preço-alvo salta para 75 reais”, afirmaram no relatório.
O preço-alvo de 63, segundo os analistas, é uma combinação de ambos os cenários, que assume chance de 50% de privatização.
Eles argumentam que durante anos a Eletrobras sofreu com a má governança corporativa, uma estrutura corporativa complexa e investimentos questionáveis, além dos impactos da Medida Provisória 579, de 2012, que mudou regras no setor elétrico e buscou reduzir o preço da energia no país.
Na visão da equipe do BTG, a nova equipe de gestão da companhia tem liderado desde 2016 uma grande reforma na Eletrobras, gradualmente reposicionando a empresa para os seus melhores dias. Eles destacaram particularmente o reforço no balanço patrimonial, com alavancagem caindo fortemente.
Mas, apesar de todas as mudanças positivas, os analistas destacaram que há um limite para quantas mudanças podem ser feitas em uma estatal, mesmo que ela seja a maior concessionária de energia da América Latina e represente cerca de 30% da capacidade de geração do Brasil e 45% da rede de transmissão no país.
“Em comparação com seus pares privados, ela continua altamente ineficiente e carece de capacidade de investir tanto quanto no passado, razão pela qual o processo de capitalização tão aguardado é absolutamente vital para a continuidade de seu sucesso”, ressaltaram Pimentel e Andrade.
Por volta de 11:50 (horário de Brasília), as ações ordinárias (ELET3) subiam 4,43%, a 35,20 reais, enquanto as preferenciais de classe B (ELET6) tinham elevação de 3,91%, a 35,76 reais, entre os maiores ganhos do Ibovespa (IBOV), que mostrava acréscimo de 0,2%.