BTG Pactual dá uma ‘pausa’ na recomendação de compra as ações da Porto (PSSA3)

Em reação, as ações da Porto, antiga Porto Seguro, operam em queda nesta quarta-feira (12); BTG manteve preço-alvo de R$ 45 (Imagem: Adobe Stock/Divulgação - Montagem: Giovanna Figueredo)

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Depois de subir cerca de 80% nos últimos 18 meses, o BTG Pactual rebaixou a recomendação de compra de Porto (PSSA3) para neutro — mas mantém a visão positiva sobre a companhia. 

“Desde a nossa última atualização (em junho de 2023), a ação subiu cerca de 80% (ajustada pelos dividendos), com uma alta de 30% em 2024 e outra alta de 15% no acumulado do ano (ante o Ibovespa, que teve queda de 10% em 2024 e avanço de 5% no acumulado do ano), o que nos leva a realizar os ganhos” agora, escrevem os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura. 

Apesar do corte na recomendação, o banco manteve as estimativas para a empresa inalteradas. O preço-alvo também seguiu em R$ 41 — o que representa um potencial de valorização de 8,56% sobre o preço de fechamento da última terça-feira (11). 

Em reação, as ações PSSA3 operam em queda. Por volta de 11h (horário de Brasília), os papéis registravam recuo de 4%, a R$ 39,79, nesta quarta-feira (12). 

Os motivos para o rebaixamento 

Os analistas avaliam que, desde junho de 2023, “muita coisa aconteceu” para o BTG e os investidores ficarem mais confiantes na sustentabilidade de uma rentabilidade sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) maior que 20%. 

Para o BTG, a estratégia de diversificação, crescimento “disciplinado” de caixa no segmento de seguros & automóveis, números fortes do cartão de crédito, consórcios e garantias de aluguel na vertical de banco foram os principais destaques positivos da Porto nos últimos 18 meses. 

Mas, segundo os analistas, essas melhorias já foram precificadas na ação pelo mercado. 

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“Portanto, apesar de acreditarmos que a Porto continuará entregando resultados fortes no futuro, sentimos que há espaço limitado para novas revisões de lucros (pelo menos no curto prazo)”, diz o relatório. 

Além disso, a companhia ainda deve enfrentar um cenário “mais desafiador” com o aumento das pressões competitivas — que deve tornar o ciclo de seguros de automóveis menos favorável no curto prazo. 

Os analistas ainda consideram que a Porto já perdeu alguma participação de mercado. “Acreditamos que seja improvável que aceite perder muito mais (o que pode levar a uma “guerra de preços”), mas isso exige uma postura mais cautelosa, na nossa opinião”, afirmaram os analistas. 

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O que esperar de Porto no 4T24

Para o BTG Pactual, a Porto deve reportar números “fortes” no quarto trimestre de 2024 (4T24). Os resultados serão divulgados na próxima sexta-feira (14), antes da abertura do mercado. 

A expectativa é de que a companhia apresenta um lucro de aproximadamente R$ 750 milhões no período entre setembro e dezembro, uma alta de 1% na comparação trimestral e crescimento de 9% na base anual. 

Já no acumulado de 2024, a estimativa é de um lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, com ROE de 21%. 

Para 2025, o BTG Pactual continua a ver espaço para melhorias no crescimento do resultado final e na frente de diversificação da empresa. 

“Embora esperemos uma contribuição estável da vertical de seguros este ano, todos os outros segmentos (banco, saúde e serviços) devem continuar expandindo consideravelmente ano a ano”, diz o relatório.