BTG Pactual atinge quase 8% de participação na BRF (BRFS3) com aquisição de ações e opções

A BRF (BRFS3) comunicou, nesta segunda-feira (14), que o BTG Pactual passou a deter uma participação relevante em seu capital. Segundo comunicado da companhia, o banco informou ter adquirido cerca de 131 milhões de ações ordinárias da BRF, o equivalente a 7,79% do capital social.
Além de uma fatia das ações da BRF, o BTG Pactual também informou deter opções de venda — contratos que dão ao banco o direito de vender ações da empresa a um preço previamente combinado, até uma data futura.
No total, são cerca de 106,9 milhões de opções com liquidação física, ou seja, que podem resultar na entrega efetiva das ações da BRF caso sejam exercidas. Isso significa que o banco poderia, no futuro, vender essa mesma quantidade de papéis, caso a operação se mostre vantajosa.
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Já as outras 3 milhões de opções têm liquidação financeira, o que quer dizer que não envolvem entrega das ações, mas apenas pagamentos com base na diferença entre o preço de mercado e o preço acordado no contrato.
Esses instrumentos são comumente usados por grandes investidores para proteger posições (hedge) ou apostar em movimentos de queda ou valorização das ações, sem necessariamente alterar a estrutura acionária da empresa.
Apesar do volume expressivo, o BTG declarou que a movimentação tem apenas objetivos financeiros e não visa alterar o controle ou a administração da empresa. O banco também informou que não tem intenção de alcançar uma participação específica na companhia.
Impasse na incorporação pela Marfrig (MRFG3)
O anúncio da nova posição do banco ocorre em um momento delicado para a companhia. Na última sexta-feira (11), a BRF confirmou o adiamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que votaria a proposta de incorporação de suas ações pela Marfrig (MRFG3), sua controladora.
A decisão de adiar a reunião, que estava marcada para esta segunda-feira (14), foi tomada após a CVM solicitar informações adicionais aos comitês independentes das duas empresas. O adiamento atende também a reivindicações de acionistas minoritários, que alegam falta de transparência no processo.
Segundo a BRF, a nova data da AGE será definida e informada até 21 dias após o envio das informações complementares à autarquia.
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