BTG mantém recomendação neutra para CSN e vê ação negociada a ‘preço justo’
Por Investing.com – O BTG Pactual (BPAC11) manteve a classificação das ações da CSN (CSNA3) como neutra, com preço-alvo em R$ 11,00 em 12 meses, após um encontro realizado com analistas na sede da companhia. Para o banco, os ativos podem ser um ótimo call de desalavancagem para 2019, considerando que os objetivos sejam cumpridos. No entanto, a equipe entende que os resultados operacionais permanecem sólidos com o preço da ação subcontrolado, fazendo com que, no cenário base, a negociação esteja perto de 6,0x o EBTIDA 2019, o que é considerado justo.
Para os analistas, a principal mensagem passada pelos executivos da CSN no encontro é que existem diversas opções na mesa para cumprir a missão de desalavancagem. Entre as opções estão: operações de aço, acordos de pré-pagamento e transmissão de minério de ferro, participação da Usiminas (USIM5) e, em última análise, venda de uma participação minoritária na Casa de Pedra (em um cenário estremo).
Na opinião do banco, um acordo de pré-pagamento em minério de ferro (no valor de cerca de US$ 500 milhões) é provavelmente o anúncio de acordo mais provável nas próximas semanas. Embora as operações de aço (SWT) na Alemanha devam atrair ofertas vinculantes nos próximos dias de uma série de participantes, a equipe acredita que o acionista controlador será altamente sensível aos preços.
Os analistas ressaltam que as ofertas de fluxo contínuo de minério de ferro são sem precedentes e, dada a complexidade, devem ser consideradas mais desafiadoras, mas viáveis. Eles contam que a CSN afirmou basicamente que a combinação de desinvestimentos não deve alterar a meta de vender US$ 1 bilhão em ativos nos próximos 6 a 12 meses. A meta permanece para entregar uma relação dívida líquida/EBITDA em 2019YE de 3,5x e um índice de alavancagem de longo prazo mais próximo de 2,5x, ainda acima de outras empresas do setor.
O BTG afirma que, defende, há algum tempo, que o denominador da CSN (EBITDA; considerando em métricas de alavancagem) tem sido em grande parte “fixo”, girando em torno de R$ 6 bilhões. A companhia, na visão dos analistas, apresentou uma meta desafiadora de EBITDA de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões em 2019, que acreditamos estar longe de ser precificada e continua sendo uma fonte importante de vantagem para as estimativas
A impressão da equipe do banco é que a administração está trabalhando com um cenário de aumento de 25% nos preços do aço para os mercados de automóveis (as negociações provavelmente ainda estão em andamento), o que poderia ajudar o crescimento do EBITDA no próximo ano. A divisão de minério de ferro da CSN continua vendendo um produto altamente competitivo (62,5% Fe, baixa sílica e alumina), que está comandando um prêmio em linha com a mistura BRBF da Vale (VALE3) e permanece baixo custo (entrega de US$ 37/t na China).