BTG está bem posicionado para capturar explosão de investidores na Bolsa, avalia Safra
A queda da Selic para mínimas históricas (2%) atraiu inúmeros investidores à Bolsa, o que pode ser uma boa oportunidade para investir em empresas diretamente ligadas a esse crescimento.
Segundo o Banco Safra, em relatório enviado a clientes, o BTG Pactual (BPAC11) é um bom nome para “surfar” nessa onda.
Para os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória, que se reuniram com o José Miguel Vilela, chefe de finanças do BTG Pactual, as perspectivas para o banco são promissoras.
Segundo eles, dois aspectos devem impulsionar a expansão do BTG: os mercados com baixas taxas de juros e alta liquidez, que podem ser um fator favorável para os mercados de capitais por muito tempo, e a transformação digital, já que o BTG está investindo fortemente na implantação de ferramentas digitais para ganhar escala e aumentar sua lucratividade.
“A estratégia de fusões e aquisições deve permanecer por meio de algumas aquisições pequenas, mas cumulativas. O BTG Pactual fez várias aquisições fora do radar do mercado, mas com alto potencial para gerar bons retornos a longo prazo”, afirmam.
Crédito às PMEs
Os analistas também destacaram o crédito às Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Segundo eles, essa operação irá crescer puxada pela plataforma digital do banco (BTG Pactual Business).
“Tal unidade de negócios tende a ganhar relevância dentro do banco (hoje o empréstimo a PMEs a carteira gira em torno de R$ 4 bilhões, mas pode crescer para R$ 6 a R$ 7 bilhões em alguns trimestres)”, afirmam.
De acordo com a dupla, um dos diferenciais do banco é um portal integrado, que conecta o banco as grandes empresas e sua cadeia de fornecedores (PMEs).
“A aprovação do crédito pode demorar minutos, o que representa uma vantagem maior em comparação com bancos tradicionais, com spreads razoáveis e risco de crédito muito baixo”, destacam.
Banco digital
Para Azevedo e Dória, construir um banco digital do zero deve ser uma vantagem para o BTG, o que permitirá que seus clientes tenham uma melhor experiência.
“A estrutura digital deve permitir ao banco atender a um maior número de clientes, com qualidade de serviço e portfólio de produtos semelhantes aos serviços prestados a clientes de private banking”, afirmam.
Crescimento com lucros
Segundo a dupla de analistas, o BTG têm boas perspectivas de crescimento em países da América Latina, especialmente no Chile e na Colômbia.
Além disso, a empresa também espera maior transações bancárias, o que deve ajudar a sustentar bons níveis de ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), mesmo em um cenário de baixas taxas de juros.
“Portanto, o BTG deve manter um nível de lucratividade entre 15-20%, o que consideramos bastante interessante dado o nível de interesse atual”, argumentaram.
Apesar disso, o Safra acredita que o bom momento já está precificado e mantém a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 92.