Economia

BTG eleva projeção para a inflação de 2025 e cita ‘bicho-papão’ do Banco Central

16 jul 2024, 16:54 - atualizado em 16 jul 2024, 16:54
ipca inflação
BTG Pactual eleva estimativa para a inflação de 2025 de 4% para 4,1% (Imagem: Gadini/Pixabay)

O BTG Pactual elevou a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 de 4% para 4,1%. A revisão está alinhada às expectativas de inflação mais altas e à maior inércia inflacionária decorrente da revisão de 2024 de 4% para 4,3%, explica o economista Bruno Balassiano.

Vale ressaltar que, nas comunicações mais recentes do Banco Central (BC), as expectativas de longo prazo da inflação desancoradas têm sido uma preocupação.

“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, disse o Copom ao interromper o ciclo de afrouxamento monetário.

Em relação ao ano de 2024, o BTG ressalta que, no último relatório mensal, o IPCA foi revisado de 4% para 4,4%. O ajuste se deu pelos pesos de energia elétrica e combustíveis e, em menor parcela, de etanol, alimentação no domicílio e bens industriais.

No entanto, após a surpresa baixista no IPCA de junho, o banco reduziu a projeção para o ano de 4,4% para 4,3%.

“A dinâmica de inflação se mostrou mais benigna que o esperado ao longo do segundo trimestre, mas o cenário à frente segue desafiador”, afirma.

O IPCA de junho

O IPCA de junho – leitura mais recente – registrou alta de 0,21%. O resultado abaixo do esperado foi explicado principalmente pela alimentação no domicílio, mas a inflação de serviços e de bens industriais também indicaram uma composição mais favorável.

A melhora na dinâmica inflacionária em junho também foi evidente na desaceleração da média dos cinco núcleos de inflação acompanhados pelo BC.

“O IPCA se manteve elevado durante o segundo trimestre, com a inflação dessazonalizada, acumulada em três meses e anualizada, encerrando o trimestre em 4,6%. Mas uma parte relevante dessa pressão resultou do impacto de clima adverso em preços de alimentos, com a inflação MM3M SAA para o segmento rodando em 9,1% em junho”, diz Balassiano.

No restante, o economista avalia que a inflação seguiu uma trajetória mais benigna. “Os serviços seguem relativamente pressionados, mas a inflação MM3M SAA para o núcleo de serviços subjacentes desacelerou de 5,4% no primeiro trimestre para 4,2%. A mesma medida para o núcleo de serviços intensivos em trabalho também desacelerou, de 6,3% para 5,6%”, explica.

Segundo Balassiano, as leituras seguem incompatíveis com a convergência da inflação para o centro da meta, mas indicam um arrefecimento relativamente amplo. “Uma dinâmica particularmente surpreendente dado que as condições de mercado de trabalho se mantiveram apertadas, com forte crescimento dos rendimentos reais ao longo do trimestre”, ressalta.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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