BTG corta recomendação da Qualicorp para “neutra” após acordo com fundador
Por Investing.com – O BTG Pactual reduziu a recomendação das ações da Qualicorp (QUAL3) para neutra, com preço-alvo em 12 meses de R$ 17,00, após a companhia fechar acordo de R$ 150 milhões com seu acionista e fundador José Seripieri Filho, para que ele permaneça com as ações e não deixe a empresa para se tornar concorrente.
Depois de cair quase 30% na sessão de ontem, os ativos operam ganhos nesta terça-feira de 4,04% R$ 12,11.
O BTG entende que essa foi uma péssima mensagem de governança corporativa. Eles destacam que a companhia ainda deve passar por dificuldades em 2019 com despesas maiores com pessoal afetando o desempenho da Qualicorp.
Para a equipe de analistas, o pagamento dos R$ 150 milhões e as maiores despesas com pessoal levaram o banco de investimentos a rever as estimativas. Eles lembram que no início do ano foi aprovado o aumento de salário do fundador de R$ 1,2 milhão para R$ 24 milhões por ano.
Com isso, o BTG cortou as estimativas para 2019 e 2020 em 14% e 15%, respectivamente.
Apesar disso, a avaliação é que, no geral, enquanto a ação está reconhecidamente barata sob um múltiplo (6,8x 2019 P/E após revisão) e metodologias baseadas no DCF. Por outro lado, eles acreditam que a maior percepção de risco manterá a negociação de ações a múltiplos por um tempo.
Ontem, a companhia divulgou, por meio de fato relevante, que José Seripieri Filho, fundador da empresa, vai receber cerca de R$ 150 milhões da própria empresa. De acordo com o comunicado, ele fechou um acordo para não vender suas ações e não competir com a Qualicorp, que controla com seus 15% de participação.
De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo, o mercado especulava que, Junior, como é conhecido o executivo, poderia vender toda a sua participação e acabar abrindo uma outra empresa do mesmo setor.
Os ativos vinham sofrendo com as perspectivas negativas para o setor. Os altos reajustes nos planos de saúde vendidos pela Qualicorp têm levado a uma constante queda na base de clientes, o que pode ameaçar o desempenho dos ativos no longo prazo.