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BTG: BRF se favorece com venda de ativos; Marfrig deveria esperar por nova compra

07 dez 2018, 15:35 - atualizado em 07 dez 2018, 15:35

Por Investing.com – Nesta sexta-feira, a BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) anunciaram duas operações, com a venda da marca Quickfood para o grupo frigorífico por US$ 60 milhões (mesmo valor pago para a aquisição em 2012) e também a unidade de processamento de carne bovina no Mato Grosso por R$ 100 milhões. As empresas também assinaram um contrato de cinco anos pelo qual a Marfrig fornecerá à BRF carne suficiente para seus produtos das Sadia/Perdigão. Dessa forma, a BRF está definitivamente fora do segmento carne bovina.

Para o BTG Pactual (BPAC11), a notícia é positiva, mas pouco impacto deve trazer para a BRF, uma vez que a venda já estava prevista no plano de desinvestimento anunciado pela companhia. Os analistas reforçam que aprovam o plano de focar seu negócio e, por isso, a venda de ativos de carne bovina é um bom começo.

O banco entende que os dois ativos apresentavam resultado ruins nos últimos anos, o que impossibilidade um cálculo razoável de avaliação do negócio. Além disso, a equipe acredita que a fábrica em Mato Grosso representa parte dos R$ 500 milhões que a BRF espera levantar com a venda de ativos “não essenciais”. Todas as nossas estimativas sugerem que os US$ 85 milhões do anunciados hoje representam menos de 10% de todos os ativos colocados à venda, o que significa que muitos outros anúncios ainda são esperados para as próximas semanas e/ou meses.

Por outro lado, a avaliação é um pouco mais controversa no caso da Marfrig. O BTG vê como positiva o fato de investimento em produtos de carne bovina de valor agregado, como hambúrgueres, reduzindo a exposição a commodities e aumentando a percepção de valor de suas marcas.

Para os analistas, isso pode ser incremental para a visão de que a ação merece uma nova apresentação. A Paty é líder de mercado na Argentina e o BTG acredita que há toneladas de eficiência a serem capturadas em ambos os ativos, aumentando a utilização da capacidade e integrando-a à plataforma de produção de carne bovina da Marfrig.

Dito isso, o banco não está convencido de que o mercado goste particularmente do fato de a Marfrig estar embarcando em uma nova rodada de negociações de fusões e aquisições apenas alguns dias depois de receber o produto da venda da Keystone.

“Sim, a alavancagem é muito menos preocupante agora e esses são ativos altamente criativos para a nova mentalidade orientada à carne bovina da Marfrig, mas talvez a gente prefira ver uma desalavancagem mais séria e resultados mais consistentes antes de retomar o crescimento inorgânico novamente. Então, estamos ansiosos para saber se isso foi apenas um movimento oportunista, ou se isso deveria ser mais uma vez a regra”, encerra o comunicado enviado a clientes.

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