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Brookfield prevê expansão no Brasil com novo marco do saneamento

10 dez 2019, 16:35 - atualizado em 10 dez 2019, 16:35
Brookfield
O grupo comprou 70% da BRK em 2017. A empresa é uma das que buscam capitalizar a abertura do setor de saneamento por mais concorrência (Imagem: Brookfield/Divulgação)

A BRK Ambiental, maior empresa privada de saneamento do Brasil e que tem como sócia majoritária a canadense Brookfield, está expandindo seus investimentos em meio ao avanço do novo marco regulatório do setor no Congresso Nacional.

A empresa deve buscar aquisições parciais ou totais de companhias estaduais de saneamento e firmar parcerias diretamente com os municípios para obter concessões, disse David Aiken, diretor de investimentos no braço de private equity da Brookfield.

O grupo comprou 70% da BRK em 2017. A empresa é uma das que buscam capitalizar a abertura do setor de saneamento por mais concorrência.

A urgência para votação do projeto foi aprovado na semana passada e aguarda agora apenas a decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) de pautá-lo.

O texto já passou pelo Senado, mas como houve algumas mudanças durante a tramitação entre os deputados, retornará aos senadores para uma última votação.

Se aprovadas, as novas regras podem atrair cerca de US$ 200 bilhões em investimentos externos para uma infraestrutura precária, que chega a apenas metade da população brasileira. Cerca de 100 milhões de pessoas no país ainda não têm acesso a coleta e ao tratamento de esgoto.

“Temos capital pronto para ser utilizado, então, se trata de achar as oportunidades certas”, afirmou Aiken em entrevista. “Estamos comprometidos com este negócio e vamos continuar procurando crescer independentemente do que aconteça com essa lei. Mas achamos que a legislação seria aditiva para toda a indústria.”

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O sistema de saneamento do Brasil contrasta com outros setores mais bem desenvolvidos, de acordo com Teresa Vernaglia, CEO da BRK Ambiental (Imagem: Wikimedia Commons)

6 mil piscinas

Desde sua aquisição em 2017, a BRK investiu R$ 1,5 bilhão em suas operações, segundo Aiken. A empresa expandiu sua rede em 585 quilômetros no ano passado. Independentemente da nova lei, a BRK planeja fazer investimentos de cerca de R$ 1 bilhão por ano nos próximos 10 anos, disse ele.

“Os investidores nesse setor estão buscando hoje retornos entre 10% e 12% em uma base nominal”, afirmou Aiken. “A oportunidade de crescimento no Brasil em saneamento é muito significativa, pois você possui um mercado grande e bem desenvolvido, com um nível de serviço muito baixo”.

O sistema de saneamento do Brasil contrasta com outros setores mais bem desenvolvidos, de acordo com Teresa Vernaglia, CEO da BRK Ambiental.

Na média nacional, cada habitante tem dois telefones celulares e o país é líder em energia renovável na América Latina, disse ela. A distribuição de energia e redes de estradas também estão, de um modo geral, em boas condições, de acordo com Aiken.

“No entanto, estamos lutando para fornecer acesso a infraestrutura de água e saneamento para 50% dos brasileiros. Existem 6.000 piscinas olímpicas de esgoto bruto sendo colocadas nos rios todos os dias ”, disse Vernaglia. “Todo real investido em saneamento representa 4 reais de economia em saúde. É uma agenda ganha-ganha, onde melhoramos a vida das pessoas.”