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BRFS3, JBSS3 ou MRFG3: Itaú BBA vê ganho maior para uma ação caso medidas antidumping da China se confirmem

19 jun 2024, 19:45 - atualizado em 19 jun 2024, 19:45
china brfs3
Alegações podem resultar em um aumento nas expectativas para exportações de proteínas do Brasil no curto prazo; BRFS3, JBSS3 ou MRFG3? (Imagem: REUTERS/Tom Polansek)

A BRF (BRFS3) deve ser a principal beneficiária caso as medidas de antidumping pela China aos países da União Europeia se confirmem, segundo o Itaú BBA.

Isso porque, de acordo como banco, a empresa possui exposição significativa à carne suína e ainda pode registrar efeitos positivos indiretos nas exportações de frango.

“Com as ações subindo 11% nesta semana, estimamos que isso implique um aumento de 7% revisão nas expectativas consensuais de Ebitda para 2024. Este ajuste se traduziria em um aumento de 3% aumento de preços para a unidade de negócios internacionais da BRF”.

Apesar de BRF, JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) terem avançado 11%,6% e 8% nesta semana, respectivamente, é cedo para afirmar que o avanço para as ações está atrelada a uma melhora nos preços e de volumes exportados pelo Brasil, ainda as medidas beneficiem os frigoríficos, segundo analistas.

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O que acontece entre China e União Europeia?

O Ministério do Comércio da China lançou uma investigação antidumping no início desta semana sobre as importações de carne suína da União Europeia, após uma denúncia apresentada pela empresa estatal China Animal Husbandry Group.

A medida da China parece ter como alvo principal a Espanha, a Holanda e a Dinamarca, em resposta às restrições às suas exportações de veículos elétricos.

Segundo as autoridades chinesas, a investigação será centrada nas importações de carne de porco durante o ano-fiscal 2023, podendo durar até junho de 2025, com possibilidade para prorrogação por mais seis meses. Apesar disso, não estão previstas alterações nas exportações atuais da UE.

De acordo com o BBA, apesar de não haver clareza se as alegações vão resultar em medidas antidumping e em mudanças no atual fluxo comercial de frango, isso pode resultar em um aumento nas expectativas no curto prazo para exportações de proteínas do Brasil.

Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne suína para a China, respondendo por 26% do volumes, seguida pela Espanha com 25%. Outros exportadores importantes na União Europeia incluem os Países Baixos, a Dinamarca e a França.

As medidas visam coibir ou compensar a prática de dumping, que é quando um exportador pratica preços abaixo do normal na venda para um país, o que resulta em prejuízo para a indústria da nação de destino do volume exportado.