AgroTimes

BRFS3 e BEEF3 afundam: Entenda a queda dos frigoríficos mesmo com baixa da arroba bovina

25 out 2022, 12:31 - atualizado em 25 out 2022, 12:31
Entenda queda dos frigoríficos
Arroba bovina caiu, mas nem todos estão lucrando com isso. Entenda a queda dos frigoríficos nesta terça-feira (Imagem: Embrapa/ Márcia Silveira)

As ações de frigoríficos estão entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (25), com destaque para a derrocada dos papéis da BRF (BRFS3) e da Minerva Foods (BEEF3). Nem todo o setor está conseguindo aproveitar a baixa da arroba bovina.

Por volta de 12h, as ações ordinárias da BRF derretiam 9,14% a R$ 12,53 cada. Na mínima do dia, o papel chegou a valer R$ 12,32.

Já as ações ordinárias da Minerva perdiam 4,42%, sendo cotadas a R$ 13,63 cada. Mais cedo, cada papel encostou na mínima de R$ 13,45.

A combinação entre um recuo nos preços da arroba bovina, que já se desenhava ao longo do ano, com vendas externas da carne em atual patamar recorde formou uma conjuntura favorável à melhora de margens para os grandes frigoríficos.

Contudo, a conversão dessas margens em ganhos de lucro depende dos custos que cada companhia possui, enfatizam analistas consultados pela Reuters.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Boi gordo e China

Nos cálculos da Scot Consultoria, a média trimestral de preços do boi gordo, com base em São Paulo, vem em trajetória de baixa.

A arroba esteve em R$ 332,23 de janeiro a março, passando para R$ 305,56 de abril a junho. Ainda, recuou para R$ 294,94 no terceiro trimestre.

Os frigoríficos exportadores ficaram mais aliviados. Os produtores de boi China também podem ficar. Tudo isso pode acirrar ainda mais a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2022.

A China foi responsável por 52,8% das aquisições da proteína bovina brasileira em setembro, quando o país sul-americano renovou sua máxima histórica mensal nos embarques totais, a 231,4 mil toneladas.

Recomendações de frigoríficos

Para o Itaú BBA, os maiores vencedores nesta safra de resultados são JBS (JBSS3) e Minerva — a queda expressiva do frigorífico no momento incrementa o potencial de ganhos.

O analista de renda variável Gustavo Troyano estima preço-alvo de R$ 54 para a JBS e de R$ 20 para o Minerva, ambos para o fim de 2023.

No caso da JBS, o potencial de valorização é de 108%, considerando a cotação atual de R$ 25,86. Já o Minerva tem espaço para valorizar 46% em até um ano.

Diante da virada do ciclo do gado nos Estados Unidos ou pelo elevado grau de endividamento, o investimento em Marfrig (MRFG3) e BRF, respectivamente, é o que tem de mais arriscado no setor, segundo a gestora.

Ambos os frigoríficos têm recomendação neutra pelo Itaú BBA, com preços-alvos de R$ 17 (BRF) e R$ 26 (Marfrig) ao fim de 2023.

O potencial de valorização da Marfrig é de 128%, considerando a cotação atual de R$ 11,38. Já Minerva tem espaço para valorizar 25% em até um ano.

Agenda de resultados

A BRF e o Minerva Foods divulgam balanço referente ao terceiro trimestre no próximo dia 9 de novembro, após o fechamento do mercado.

Já a JBS e a Marfrig apresentam resultados no próximo dia 10 de novembro, após o fechamento do mercado.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Todo dia um resumo com o que foi importante no Minuto Money Times, entrevistas, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.