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BRF vive tempestade perfeita e ações desabam quase 20%

05 mar 2018, 11:21 - atualizado em 05 mar 2018, 18:47
O objetivo da PF é investigar fraudes praticadas por empresas e laboratórios

A BRF (BRFS3) vive uma tempestade perfeita. Além das tensões no núcleo da administração da maior exportadora de frango do mundo, a companhia voltou a ser envolvida em investigações da Polícia Federal. Nesta segunda-feira (5), a Operação Trapaça – desenvolvimento da Carne Fraca – colocou a empresa no olho do furacão. O ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, foi preso. As ações terminaram o dia em baixa de 19,75%, a R$ 24,75. Os ativos da Tarpon Investimentos (TRPN3) caíram 20,34%.

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O objetivo da PF é investigar fraudes praticadas por empresas e laboratórios que tinham como finalidade burlar o Serviço de Inspeção Federal e não permitir a fiscalização eficaz do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Os investigadores identificaram, ainda, que a prática das fraudes contava com a anuência de executivos da BRF, bem como de seu corpo técnico, além de profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos da própria empresa. Também foram constatadas manobras extrajudiciais, operadas pelos executivos do grupo, com o fim de acobertar a prática desses ilícitos ao longo das investigações.

Os funcionários da BRF realizaram nesta manhã um protesto em frente à sede da empresa em São Paulo e ocuparam uma faixa da Marginal Pinheiros no sentido da Rodovia Castello Branco. Eles pedem a mudança da direção da companhia. A Terra Investimentos resolveu trocar as ações da BRF pelos papéis da Petrobras (PETR4) em sua carteira recomendada semanal, mostra um relatório enviado a clientes. Segundo a análise assinada por Régis Chinchila, a mudança se deu pela deflagração da Operação Trapaça.

“É mais do que provável que rebaixemos nossa recomendação, pois temos uma baixa visibilidade e muita incerteza, neste momento, em torno de desenvolvimentos adicionais sobre assuntos”, explica a analista sênior Luciana Carvalho da BB Investimentos.

Confusão

Em uma nota apresentada neste sábado, os fundos de pensão Petros e Previ divulgaram a chapa com 10 executivos que irão concorrer na chapa que busca substituir o atual Conselho de Administração. A reunião acontece hoje e a pauta é a destituição de todos os membros do Conselho.

Em comunicado distribuído na última segunda-feira (26), Abílio Diniz, atual presidente do Conselho, disse que é possível entender a insatisfação de todos os acionistas com os resultados, mas que não houve espaço para o diálogo tampouco a preocupação com os interesses da BRF e a responsabilidade de seus dirigentes”, diz.

A insatisfação dos fundos de pensão e acionistas tem fundamento. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão em 2017, ante um resultado negativo de R$ 367 milhões visto um ano antes.

(Atualizada às 17h07)

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