BRF: vale a pena comprar as ações agora?
A proposta de aumento de capital da BRF (BRFS3) mexeu com o mercado nesta sexta-feira (17) e também divide opiniões entre analistas quanto aos possíveis desdobramentos, que chegam até à potencial fusão do frigorífico com a Marfrig (MRFG3).
O Safra está mais otimista com o momentum da BRF e indica recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 32 nos próximos 12 meses. A ação poderia se beneficiar de uma potencial melhoria nos ciclos de aves e suínos.
O banco reconhece que a recente alta nos preços dos grãos e o desempenho relativo dos preços do frango e dos suínos em relação à carne bovina impactaram negativamente as margens da BRF em 2021.
No entanto, a tese de investimento se sustenta nas perspectivas positivas para as margens de frango e de suínos da companhia em 2022, já que a elevada inflação no mundo deve reduzir o apetite por carne bovina.
O Santander (SANB11) também acredita que o momento seja de comprar as ações da BRF.
A potencial oferta de ações. A eventual oferta de ações levaria a um acréscimo de Lucro por Ação de R$ 1,37 para R$ 1,44, levando o múltiplo dívida/Ebitda para baixo de 2 vezes em 2022.
“A poison pill da BRF não é aplicável no caso de o acionistas aumentar sua participação mediante uma única oferta primária, permitindo a Marfrig elevar sua fatia na BRF através do aumento de capital”, explica o analista Rodrigo Almeida, que assina o relatório.
Nem BRF e nem Marfrig
Já o BTG Pactual (BPAC11) está mais reticente e mantém sua recomendação neutra para as ações da BRF e da Marfrig.
Apesar de reconhecer que, no curto prazo, as margens do gado nos Estados Unidos vão continuar beneficiando a Marfrig, a bonança deve desacelerar em 2022.
No caso da BRF, o banco alerta que não enxerga muito espaço de ganhos para os acionistas minoritários em meio ao cenário de fusão com a Marfrig.