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BRF: União com empresa árabe é peça-chave para estratégia, diz BTG

29 mar 2019, 13:30 - atualizado em 29 mar 2019, 13:30
Companhia busca se posicionar no mercado árabe com management relativamente inexperiente

Diante da notícia veiculada no Valor em relação a BRF (BRFS3) na Arábia Saudita, a equipe de análise do BTG Pactual publicou relatório nesta sexta-feira (29), no qual avalia a tratativa da companhia de assegurar sua posição no mercado árabe, responsável pelo faturamento de R$ 8 bilhões por ano.

Inicialmente, os analistas destacam a possível joint venture entre uma companhia saudita e a brasileira, tendo em vista o ensejo do governo local de internalizar a produção de frango. A BRF teria já chegado a negociações avançadas, com a escolha de “finalistas” para o acordo final, com expectativa de conclusão do negócio de 6 a 12 meses.

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No entanto, o governo vem endurecido as importações de aves, com elevação das tarifas de 5% para 20%, além de mudanças no abate Halal, com tempo limitado para os produtores nacionais se adaptarem, além de revogar as importações de 33 plantas brasileiras a dois meses.

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Associação chave

“Neste cenário, vemos o plano de se juntar ao mercado da Arábia Saudita via parceria com um produtor local como peça-chave para a BRF expandir sua influência e market share na região”, avalia o BTG, destacando ainda o senso de urgência do management neste quesito.

A notícia é vista como positiva para os analistas, pois pode ser alternativa à realização de IPO da divisão Halal, além de ser alternativa sem dispêndios do caixa, o que corrobora para melhor saúde financeira da companhia, cujo balanço encontra-se “fragilizado relativamente”.

Alavancagem e management

“Por outro lado, mantemos nossa visão mais cautelosa na BRF comparada a outras produtoras de proteínas, pela baixa visibilidade de melhora nas margens e alavancagem acima dos níveis ótimos”, afirma o BTG.

Por fim, os analistas avaliam a mudança no management como neutra, pela escolha de Lourival Luz como CEO. “Estimamos que 80% do top management é ocupado por executivos com menos de 2 anos de experiência na indústria (incluindo os últimos CEOs e o novo CFO)”, conclui o BTG, afirmando ainda que existe “um longo caminho a ser percorrido neste sentido”.