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BRF teve pior momento dos resultados no 2º trimestre; Ágora projeta recuperação

13 ago 2020, 14:12 - atualizado em 13 ago 2020, 14:12
A BRF apresentou lucro líquido de R$ 307 milhões no segundo trimestre de 2020 (Imagem: Youtube/BRF)

O segundo trimestre foi provavelmente o pior momento dos resultados da BRF (BRFS3), disse a Ágora Investimentos. Os números vieram abaixo das estimativas do mercado, com o Ebitda ajustado totalizando R$ 1 bilhão (-33,3% no comparativo anual) e o lucro líquido atingindo R$ 307 milhões (-5,5%).

“O segundo trimestre de 2020 foi provavelmente o pior momento de lucros no curto prazo, e esperamos uma melhora ao longo do segundo semestre“, afirmaram os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França.

Enquanto os mercados Internacional e Halal sentiram os maiores impactos do período, a performance nas operações do Brasil seguiram um bom ritmo, tendo o Ebitda ajustado chegado a R$ 544 milhões.

Betina Roxo, analista de Alimentos e Bebidas da XP Investimentos, destacou o desempenho mais fraco das aves in natura e a performance positiva da carne suína in natura e dos alimentos processados.

“Bons resultados como esses podem ajudar a empresa nos próximos trimestres, mas o market share da empresa segue menor na comparação anual, apesar da força das marcas BRF, como Sadia e Perdigão”, comentou. “A inovação pode desempenhar um papel estratégico nesse sentido. A mudança de hábitos de consumo intensificada pela quarentena pode abrir novos segmentos de mercado. Consequentemente, alguns novos produtos já apresentam boas perspectivas, como as linhas Sadia Bio e Veg&Tal”.

O BTG Pactual (BPAC11) atentou-se à melhora das margens no mercado brasileiro. As restrições de deslocamento impostadas para conter o coronavírus levaram a um crescimento de 13% dos volumes da FPP.

“O aumento de participação em categorias de alta margem como a margarina provavelmente levou a um melhor mix de produtos, com os preços subindo 7% ano a ano e a margem Ebitda (ajustada para custos relacionados à covid-19) alcançando 14,2%, aumento de 290 pontos-base (maior patamar para um segundo trimestre desde 2015)”, destacaram Thiago Duarte e Henrique Brustolin, da equipe de análise do banco.

Recomendações

Os números da BRF trazem algumas preocupações para os analistas do BTG.

“O que mais nos preocupa é que a conversão de Ebitda para caixa permanece fraca, graças aos custos financeiros elevados, o que pode afligir investidores com o balanço se as margens eventualmente se deteriorarem, principalmente na Ásia, onde ainda estão acima de 25%”, explicaram Duarte e Brustolin.

O banco manteve sua recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 23 para os próximos 12 meses.

A Ágora e a XP seguiram com recomendação de compra e preços-alvos de, respectivamente, R$ 28 e R$ 30.

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