BRF pretende operar fábrica própria de alimentos na China, diz executivo
A processadora brasileira de alimentos BRF (BRFS3) planeja começar a produzir carne na China como parte de um plano de crescimento agressivo que pode mais do que dobrar as vendas líquidas anuais até 2030, disseram executivos durante apresentação da empresa nesta quarta-feira.
A BRF atende o mercado chinês principalmente por meio de exportações.
Mas à medida que a China reconstruiu seu rebanho suíno e a pandemia abalou a logística global, a presença local, como a BRF tem por anos no Oriente Médio, será fundamental.
“Para ser um player mais relevante na China nós precisamos ter produção local”, disse Patricio Rohner, vice-presidente de mercados internacionais da BRF, aos repórteres após a apresentação.
Segundo ele, a BRF já atua na China por meio de parcerias locais em vendas e distribuição.
A BRF não descarta aquisições na China, mas Rohner pessoalmente prefere construir lá a fábrica própria da empresa.
“Quando você compra um rival, um produtor local, eles não têm o portfólio (de produtos) que os consumidores mais jovens precisam.”
O presidente-executivo da BRF, Lorival Luz, disse que a imensa pressão de custos não impedirá a empresa de atingir metas como a receita líquida de 65 bilhões de reais até 2024 e 100 bilhões de reais até 2030.
Ele vê os preços dos insumos caindo em 2022 após custos com milho, farelo de soja e as embalagens mais que dobrarem em 2021.
“O time sabe operar diante das adversidades”, disse Luz.
Embora os preços mais altos dos insumos tenham pressionado os planos de dobrar os lucros operacionais em um ano, a venda de mais produtos alimentícios processados no Brasil e em mercados como a Turquia pode ajudar a restaurar as margens, disse Luz.
Outras “avenidas de crescimento” incluem o investimento na produção de carnes cultivadas, produtos à base de vegetais e produtos pet, sendo este último um segmento no qual a empresa fez aquisições neste ano.
A BRF pretende ser a segunda maior empresa brasileira de alimentos para animais de estimação até 2025, disseram executivos, citando um aumento de 15 vezes na capacidade de produção após as aquisições.