BRF pode ter um 2022 melhor, mas Bank of America vê risco para o fluxo de caixa
A diretoria da BRF (BRFS3) está otimista com 2022, apostando na demanda local aquecida e na manutenção de custos em patamares estáveis, segundo o Bank of America (BofA).
O banco disse compartilhar da mesma visão, mas comentou que considera o fluxo de caixa limitado do frigorífico uma justificativa para manter a recomendação neutra e preço-alvo de R$ 30 para os próximos 12 meses – potencial de alta de 52% sobre o valor de terça-feira (30).
Nesta quarta (1°), por volta das 12h20, as ações ordinárias da BRF cediam 1,06% negociadas a R$ 19,54 cada. No mesmo instante, Ibovespa (IBOV) avançava 1,74%, com 103.68,41 pontos.
O fluxo de caixa no vermelho e o alto grau de endividamento da BRF são as ressalvas do BofA em sua tese de investimento. “A alavancagem da BRF está perto do limite de três vezes a dívida líquida sobre o Ebitda”, enfatiza o banco.
O que vem em 2022
O BofA sediou um encontro virtual recentemente com a alta diretoria da BRF, o CEO Lorival Luz e o diretor financeiro Carlos Moura.
Segundo o banco, os executivos estão bastante construtivos com o cenário em 2022, apesar da volatilidade esperada com o ano eleitoral no Brasil e a menor demanda da China.
O custo da inflação é outro ponto que a diretoria do frigorífico está consciente, segundo o banco. Na outra ponta, a maior produtividade e consumo doméstico de frango, suínos e alimentos processados é esperada.
“Nesse cenário, a BRF deve ter maiores margens na comparação anual, inclusive melhorando o fluxo de caixa, dado o menor capex (investimento em bens de capital) entre os períodos”, diz o BofA.