BRF: perda de receita com restrição da Arábia Saudita “não é material”
A BRF (BRFS3) disse que a sua unidade de Lajeado (RS), que vinha operando com um volume de aproximadamente 6,5 mil toneladas/mês de exportação para a Arábia Saudita, foi afetada pela restrição imposta pelo país ma terça-feira (23), mostra um comunicado enviado ao mercado. A empresa ressaltou que já iniciou os ajustes necessários em sua cadeia produtiva e estima que, em no máximo 3 meses, retomará o mesmo patamar de embarques para o país verificado antes deste comunicado.
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“Assim, a perda de receita líquida não é material, visto que a estimativa de empresa é que poderá atingir no máximo 0,1% da receita líquida auferida nos últimos 12 meses encerrados em setembro de 2018, ou R$45 milhões nesse período de três meses”, explica.
A companhia informou ainda que passou a ter oito dentre as vinte e cinco plantas habilitadas para exportação de carne de frango para a Arábia Saudita. Das plantas que a BRF exportava regularmente, uma delas, Lajeado, não consta da nova lista. No caso de Jataí, também excluída, ela não exportava para a Arábia Saudita. “As oito plantas habilitadas possuem capacidade suficiente de atendimento da demanda daquele mercado”, conclui.
Medidas
A Arábia Saudita habilitou ontem 25 estabelecimentos brasileiros, localizados em distintas regiões do país, como exportadores de carne de frango para aquele país. A autorização é resultado de uma missão de especialistas sauditas que veio ao Brasil há três meses e visitou frigoríficos, fazendas e fábricas de ração. Os estabelecimentos comerciais responderam, no ano passado, a 63% do volume das exportações brasileiras de carne de frango – porcentagem que correspondeu a 437 mil toneladas – para a Arábia Saudita.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que 58 plantas são habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportar. Do total, 30 exportam para a Arábia Saudita.
No fim do dia, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, descartou que a não autorização esteja relacionada à uma possível mudança da embaixada de Israel para Jerusalém. “Não foi mudada ainda. O pessoal tá se antecipando ao inimigo”, respondeu ao ser questionado pelos jornalistas.