BRF, JBS, Marfrig ou Minerva: na dúvida em qual levar? Compre quase todas
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As ações de frigoríficos seguem embaladas quer pelo maior consumo de carne bovina na China ou pela retomada das operações nos Estados Unidos devido a volta do food service (compra por restaurantes, redes de fast food, bares, etc) e a boa disponibilidade de gado.
Ao invés de ficar na dúvida entre qual papel do setor comprar, a Ativa Investimentos destrinchou os principais gatilhos no segmento e entende que as ações da BRF (BRFS3); JBS (JBSS3); Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão no ponto.
Começando pela última ação, a Minerva tem o maior potencial de valorização entre as quatro empresas do agronegócio.
“O atual reduzido rebanho da Austrália abre oportunidades favoráveis para a exportação de carne proveniente de países da América do Sul, onde a Minerva (BEEF3) tem forte presença. Além disso, a empresa estuda joint venture com parceiro chinês, aumentando seu posicionamento na China, país asiático em que o consumo de carne bovina tem disparado”, comenta o analista Sergio Berruezo.
De acordo com o relatório ao qual o Agro Times teve acesso, a Ativa também destaca os bons resultados das operações da JBS (JBSS3) nos EUA, sobretudo o segmento de carne
bovina devido a volta do food service.
Recentemente, a companhia pagou dividendos extraordinários e fez um programa de recompra de ações, com a intenção utilizar o caixa extra para gerar mais valor aos acionistas.
E outro ponto à favor da processadora de proteína animal é a sinalização do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) em vender sua participação na JBS, que, apesar de criar uma pressão vendedora no curto prazo, tende a melhorar bastante a governança da empresa a longo prazo, avalia o analista da Ativa.
Pela sua forte exposição ao mercado norte-americano, a Marfrig (MRFG3) pode ser a empresa mais beneficiada no curto prazo, aponta a Ativa, em função da boa situação nos EUA à medida que a vacinação tem estancado riscos de lockdowns.
“Em exportações, a companhia continua a se beneficiar do aumento da renda per capita em países emergentes, sobretudo a China, A geração de caixa da operação americana poderá ser usada para desalavancagem, dividendos ou aquisições estratégicas”, reforça Berruezo, que assina o relatório.
Vem fusão por aí?
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Diferentemente das recomendações anteriores, a Ativa tem uma posição mais cautelosa em relação aos resultados que a BRF (BRFS3) tem apresentado ao mercado.
Fora que a possibilidade de fusão com Marfrig, que justamente elevou sua participação na companhia para aproximadamente 31,66%, continua no radar.
“Uma possível fusão entre as companhias, que já foi aventada no passado, poderia ser positiva para a BRF, já que o segmento de bovinos e de aves são inversamente relacionados no Brasil, e a diversificação de receitas e consequente redução ao ciclo do grão poderia auxiliar na previsibilidade do fluxo de caixa da BRF, facilitando o financiamento de seu plano de expansão”, conclui o analista da Ativa.
As proteínas continuarão concorrentes entre os consumidores, mas unidas no mesmo caixa. De maneira simplista e prática, pode ser o resumo do negócio que está se encaminhando, conforme reportagem publicada no Agro Times.
Veja a seguir as recomendações da Ativa Investimentos para as quatro ações de frigoríficos:
Empresa | Código | Recomendação | Preço-alvo (R$) | Valorização (%) |
---|---|---|---|---|
BRF | BRFS3 | Neutra | 29,7 | 1 |
JBS | JBSS3 | Compra | 38,5 | 26 |
Marfrig | MRFG3 | Compra | 22,7 | 19 |
Minerva | BEEF3 | Compra | 14 | 37 |