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BRF (BRFS3) supera expectativas, ajuda Marfrig (MRFG3) e ações sobem pós 2T24; hora de comprar?

15 ago 2024, 14:03 - atualizado em 15 ago 2024, 17:23
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Segundo analistas, a BRF tem surfado uma combinação poderosa de ventos favoráveis ​​cíclicos, com forte momento para o frango(Imagem: REUTERS/Danish Siddiqui)

BRF (BRFS3) reverteu seu prejuízo de R$ 1,337 bilhão no 2T23 e registrou um lucro de R$ 1,094 bilhão no segundo trimestre de 2024 (2T24). Já a Marfrig (MRFG3), que conta com 50,06% de participação na BRF, saiu de perdas R$ 784 milhões em 2023 para lucrar R$ 75 milhões neste ano, no critério de lucro atribuído ao controlador. Com isso, reunimos visões sobre os resultados. Por volta de 11h18, MRFG3 e BRFS3 subiam 3,27% e 2,04%, respectivamente. No começo desta tarde, às 14h05 as ações subiam 0,16% e 2,04%.

Os analistas da Genial Investimentos viram o Ebitda da BRF de R$ 2,6 bilhões 8,9% acima de suas projeções, já otimistas. Fora isso, a receita líquida de R$ 14,9 bilhões ficou 5,1% acima das projeções da casa, com a apreciação da taxa de câmbio, que contribuiu para a melhoria na competitividade das exportações, que por sua vez, impulsionou a receita.

Com o forte momentum do frango, assim como melhores iniciativas internas na companhia, através do programa BRF+ 2.0, a Genial enxerga uma mudança estrutural no frigorífico, que se molda a nova história de equity da empresa. Os analistas reforçam a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27,50, atualizada na divulgação da prévia de BRF.

BRF reporta números históricos

O BTG Pactual reforçou o trimestre recorde para BRF, com recorde histórico para o Ebitda e margem bruta (26,3%), além de uma recuperação total da rentabilidade e da geração de fluxo de caixa.

“Está claro que a BRF está surfando uma combinação poderosa de ventos favoráveis ​​cíclicos (custos menores de grãos e uma oferta & demanda equilibrada nos mercados de aves e suínos). O Ebitda do 1S24 já está acima dos níveis de 2023 e obviamente precisaremos ajustar nossas estimativas de acordo com uma estimativa de Ebitda de quase R$ 10 bilhões”, dizem Guilherme Guttilla, Bruno Lima e Thiago Duarte.

Com dificuldade para acreditar que os níveis vão se sustentar por um tempo prolongado, e dúvidas sobre um ponto de equilíbrio, os analistas do banco esperam razões para acreditar que os lucros possam crescer mais rapidamente. Com isso, o BTG mantém a recomendação neutra e preço-alvo de R$ 13.

Nesta quinta-feira (15), as ações BRFS3 fecharam com alta de 1,70%, a R$ 23,91.



E a Marfrig?

Para o Santander, os números da Marfrig vieram em linha com às estimativas. Segundo o banco, enquanto a empresa superou a média do setor com uma margem Ebitda de 2,9%, as operações na América do Sul foram prejudicadas pela desaceleração da demanda na Argentina.

A empresa teve mais de R$ 1 bilhão em despesas de caixa, explicadas principalmente pelo capital de giro, juros sobre dívida, bem como um capex de R$ 453 milhões, com R$ 118 milhões direcionados para a compra de ações da BRF. Reforçamos nossa recomendação de compra e alvo de R$ 15,70 dado o desconto implícito no valuation de suas operações nos EUA”, apontam Guilherme Palhares e Laura Hirata.

Segundo a Genial, o forte resultado de BRF ajudou no agregado da Marfrig, ainda que não o suficiente. “Entendemos que faz mais sentido investidores se exporem diretamente a melhora de resultado no business de frango do que comprarem ações da Marfrig, que segue duramente atingida por sua alta exposição ao ciclo do gado negativo nos EUA. Portanto, permanecemos com um viés neutra para Marfrig”, explicam.

Redução da alavancagem

Apesar dos números em linha, o BTG viu resultados fracos a partir da exclusão da BRF do balanço do frigorífico, assim como um cenário desafiador na US Beef

“Ajudada pelo ciclo avícola e pela melhoria da execução comercial, a BRF teve um ótimo começo em 2024, e acreditamos que isso ajudará a Marfrig ao longo do ano, incluindo o pagamento de dividendos que a Marfrig possivelmente usará para pagar a dívida da controladora. Com uma capitalização de mercado de R$ 11,5 bi e com uma participação na BRF avaliada em R$ 20 bilhões a preço de mercado, parece claro que reduzir a alavancagem no nível da controladora deve ser uma prioridade para maximizar o valor para os acionistas”, afirmam.

Os analistas do banco seguem ansiosos para ouvir mais sobre as prioridades de alocação de capital da Marfrig e as alternativas para o caminho de desalavancagem à frente, até lá, eles mantém sua recomendação neutra e alvo de R$ 10.

 

 

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
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