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BRF (BRFS3): Santander eleva preço-alvo em 31%, mas vê riscos à frente; é hora de comprar?

05 jun 2024, 12:29 - atualizado em 05 jun 2024, 12:29
BRF
Santander eleva o preço justo das ações da BRF de R$ 16 para R$ 21 (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

O Santander elevou o preço justo das ações da BRF (BRFS3) em 31%, de R$ 16 para R$ 21, mostra relatório desta quarta-feira (5). O novo alvo implica uma alta potencial de aproximadamente 16%, com base no fechamento de ontem (4).

O banco, no entanto, manteve a recomendação neutra para os papéis. “A maior parte do forte impulso de lucros já está precificada no fato de que a BRF está sendo negociada a 5 vezes o EV/Ebitda esperado para 2024, baseado na estimativa de Ebitda de R$ 8,6 bilhões”, explicam Guilherme Palhares e Laura Hirata.

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Embora os analistas acreditem que haja uma vantagem de cerca de 15% nas estimativas de consenso, ela é limitada. “Não antecipamos uma reavaliação dos múltiplos de consenso, pois os riscos da indústria podem continuar a persistir até 2025 e o delicado equilíbrio entre oferta e procura pode ser afetado por empresas que queiram ganhar quota de mercado num ambiente de margens atrativas”, dizem.

Entre os riscos da indústria, Palhares e Hirata destacam as preocupações ascendentes para os preços do milho e a visibilidade limitada nas operações da BRF no exterior. Ainda assim, eles destacam que a dinâmica dos lucros da companhia tem sido forte e esperam que a tendência continue ao longo do ano.

“A BRF é uma tese de reviravolta em meio a um cenário desafiador para os grãos. As margens provavelmente deverão aumentar no curto prazo, dada a ampla produção de milho na última temporada, mas as incertezas permanecem no futuro devido às más condições climáticas nas principais áreas produtoras de milho no Brasil. Além disso, vemos os preços dos alimentos processados ​​se normalizando e restringindo a expansão das margens em 2024”, avaliam.

BRF, La Niña e operações no exterior

Na análise do Santander, o achatamento dos futuros do milho é um retrato do equilíbrio entre oferta e procura. No entanto, os custos podem aumentar devido ao evento La Niña.

“Se a produção total for alcançada, prevemos que o milho seja negociado a US$ 4,9/bu, em linha com os preços futuros de setembro de 2025”, afirmam os analistas.

“No entanto, vemos potencial ascendente na curva. Se a produção na Argentina reduzir em 6 milhões de toneladas devido ao evento La Niña, os preços do milho poderão atingir US$ 5,4/bu, que agora assumimos como cenário base, ou 10% acima dos preços futuros de setembro de 2025”, completam.

Palhares e Hirata ainda comentam sobre a baixa visibilidade sobre as operações externas da BRF. A companhia apresentou resultados melhores que o esperado no quarto trimestre de 2023 e no primeiro de 2024, explicado principalmente pelo forte desempenho das operações no exterior, que crescem desde que registraram Ebitda negativo nos primeiros meses do ano passado.

Embora um desempenho tão forte possa ser uma questão de preço de transferência e de maximização dos lucros no estrangeiro, também pode ser um reflexo de perturbações logísticas no Mar Vermelho, dizem.

“A visibilidade sobre esse desempenho é baixa e não estimamos quaisquer mudanças estruturais a nível de demanda global para apoiar uma visão otimista de longo prazo nos mercados internacionais”, avaliam.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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