BRF (BRFS3) salta mais de 12% e lidera altas do agro na B3 após nova fatia da Marfrig (MRFG3)
A BRF (BRFS3) liderou as altas entre as empresas do agro listadas na bolsa de valores do Brasil em setembro, avançando 12,72% e encerrando o mês em R$ 10,17.
Por outro lado, vale ressaltar que o cenário favorável para o frigorífico ocorreu em meio a um mês tímido para o Ibovespa, que registrou leve alta de 0,71%.
O grande destaque do mês para a BRF fica por conta da Marfrig (MRFG3), que elevou sua participação na empresa para 40%.
De acordo com o Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, as empresas que trabalham com commodities apresentaram um desempenho melhor no mês por três fatores: alta do petróleo, expectativas de estímulos na China e valorização do dólar.
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“Esse mês foi bem adverso para a bolsa, apesar do novo corte para taxa Selic, a sinalização de manutenção do ritmo de 50 pontos-base e estresse no exterior impactaram negativamente os ativos de risco. Quanto à BRF, mesmo com a dinâmica operacional mais favorável, percebemos um impulso maior com a compra de ações da Marfrig, o que por si só contribui para a valorização da empresa, mas também eleva as expectativas dos investidores por uma fusão no futuro, apesar de ainda ser algo incerto”, explica.
Para Terra, a BRF conta com um cenário desafiador pela frente, já que mesmo com o aporte, a alavancagem é elevada em um momento de juros altos.
Além disso, outra ação que do setor que se destacou durante o mês foi a São Martinho (SMTO3), que beneficiada pelos preços elevados do açúcar no mercado internacional, avançou 8,66%.
BBI projeta fatia ainda maior da Marfrig na BRF
Na visão do Bradesco BBI, que vê a operação como o “enigma Marfrig”, o cenário mais provável é que o frigorífico eleve sua participação na BRF para 50%, enquanto o Salic (Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário) ficaria com 25%, enquanto investidores minoritários ficariam com os 25% restantes.
Dessa maneira, para o banco, a Marfrig pode tentar obter o controle total da BRF em função de dois fatos:
- a poison pill que impedia qualquer acionista de comprar mais de 33% foi retirada recentemente do estatuto social da BRF; e
- há um compromisso assinado pelo novo investidor Salic que limita sua participação na BRF a 25% (dos 11% atuais), sugerindo que a Marfrig se preocupa em ser o maior acionista.
Para o BBI, esse aumento de participação para 50% deve acontecer nos próximos 12 meses.
Por fim, na visão do BBI, uma fusão é improvável. O banco ressalta que a Salic investiu recentemente na BRF, não na Marfrig. Com isso, não está claro que eles queiram aumentar a exposição ao segmento de carne bovina, visto que já são acionistas da Minerva.
Por outro lado, as ações da Marfrig caíram 3,12% em setembro.
Confira recomendações do BTG, XP e Terra:
Instituição | Ação | Recomendação | Preço-alvo | Potencial de alta |
---|---|---|---|---|
BTG Pactual | BRFS3 | Neutro | R$ 12,00 | 17,76% |
XP Investimentos | BRFS3 | Neutro | R$ 8,60 | – |
Terra Investimentos | BRFS3 | Neutro | R$ 12,50 | 22,67% |