BRF (BRFS3): BTG vê frigorífico dobrando aposta na Arábia Saudita com novo investimento

A BRF (BRFS3) e a Halal Products Development Company (HPDC), uma subsidiária do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), anunciaram um investimento de US$ 160 milhões em uma nova fábrica de alimentos na Arábia Saudita, localizada em Jeddah e prevista para começar a operar em meados de 2026.
Para o BTG Pactual, após adquirir uma participação na Addoha Poultry em outubro de 2024, a BRF parece estar dobrando sua aposta estratégica na Arábia Saudita.
A empresa tem uma presença consolidada no Oriente Médio e possui marcas líderes e uma forte capacidade de distribuição no país, apesar do país ter adotado uma postura mais protecionista, estimulando a produção local de frango e restringindo o acesso a importações.
“A resposta da BRF tem sido fortalecer suas parcerias com empresas locais, e esse novo investimento representa um passo significativo nessa direção. Isso deve aumentar a competitividade da BRF na Arábia Saudita e reforçar sua liderança em um mercado que se tornou um dos principais motores de desempenho recente da companhia”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.
A conta para BRF (BRFS3)
Apesar de não ter sido anunciado no cronograma para a construção, o BTG enxerga como provável que esse projeto faça parte do capex (investimentos em ativos fixos da prórpia empresa) orgânico previsto pela BRF para 2025.
“Após anunciar três aquisições que somaram R$ 1,1 bilhão no final do ano passado (podendo chegar a R$ 1,3 bilhão), a BRF já havia sinalizado a intenção de investir mais R$ 1 bilhão em expansão orgânica, especialmente em alimentos processados. Este anúncio ajuda a esclarecer essa alocação e sugere que o capex total de 2025 pode ultrapassar R$ 5 bilhões (estimamos o capex de manutenção em cerca de R$ 3 bilhões)—um aumento significativo após vários anos de subinvestimento”.
Com as margens bastantes robustas da BRF — atualmente próximas de níveis históricos —, qualquer valorização adicional das ações dependerá, provavelmente, da capacidade da empresa de entregar crescimento consistente.
“Os anúncios recentes claramente apontam nessa direção. Embora expansão nem sempre se traduza em retornos extraordinários, ela é essencial para sustentar a criação de valor a longo prazo”.