BRB diz que maior parte da exposição ligada ao Banco Master já foi regularizada
O Banco de Brasília (BRB) declarou, na sexta-feira (21), que mantém sua solidez financeira, após reportagens divulgadas na mída apontarem operações de cessão de carteiras relacionadas ao Banco Master, cuja liquidação extrajudicial foi decretada pelo Banco Central.
De acordo com o BRB, dos R$ 12,76 bilhões apontados pela imprensa como exposição bruta de carteiras com documentação fora dos padrões exigidos, mais de R$ 10 bilhões já foram liquidados ou substituídos, e o valor restante não representa exposição direta ao Banco Master. Segundo a instituição, a maior parte dos valores citados já foi regularizada.
O banco afirma que todas as alterações de carteiras e garantias — previstas em contrato — foram reportadas ao Banco Central e acompanhadas pelas autoridades. A instituição também destacou que atua como credora na liquidação extrajudicial e reforçou seus controles internos, garantindo que as carteiras atuais estão em conformidade.
A instituição possui mais de R$ 80 bilhões em ativos, R$ 60 bilhões em carteira de crédito e registrou R$ 518 milhões de lucro líquido recorrente no primeiro semestre de 2025, com margem financeira superior a R$ 2,3 bilhões.
Liquidação do Banco Master
No dia 18 de novembro, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, quando ele tentava embarcar para o exterior.
A ação mirava um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional. A PF apura crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
Paralelamente à operação, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, que enfrentava dificuldades nos últimos meses.
A decisão ocorreu um dia após a holding de investimentos Fictor apresentar uma proposta para comprar o banco, prevendo um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar sua estrutura de capital.
A operação também levou ao afastamento de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, com prazo inicial de 60 dias. O banco estatal de Brasília foi citado na apuração por conta de negociações envolvendo os títulos falsos ligados ao Banco Master.
Em março, o BRB chegou a anunciar a compra do Master, mas a operação foi vetada meses depois pelo BC.