BRB compra Banco Master, diz colunista

O Banco de Brasília (BRB) comprou o Banco Master, apurou Lauro Jardim, do O Globo.
Segundo informações do colunista, o conselho do BRB aprovou a compra e o negócio deverá ser anunciado nos próximos dias.
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A operação envolve a aquisição de 48% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master, mas somando ordinárias e preferenciais, o percentual chega a 60%.
O negócio inclui também duas operações do Master, o will bank e o Credcesta.
Daniel Vorcaro, que preside o banco, irá para o conselho do BRB.
Compra confirmada
Após o fechamento, o banco confirmou a compra.
O preço de aquisição, a ser pago pelo BRB, será equivalente a 75% do patrimônio líquido consolidado do Banco Master, calculado conforme demonstrações financeiras auditadas, ajustado por eventuais baixas de ativos.
No último balanço disponível em seu RI, o patrimônio líquido era de R$ 4,2 bilhões.
O preço de aquisição será pago pelo BRB da seguinte forma:
- 50% será pago à vista na data de fechamento da operação;
- no mínimo 25%, e até 50%, a ser apurado até a conclusão da diligência do Banco Master.
Além disso, as empresas manterão as estruturas das empresas separadas, com compartilhamento de governança, expertise, sinergias e coordenação estratégica e operacional. Ou seja, o Master deve passar a usar a marca BRB, embora as operações continuem separadas.
“O Banco BRB, que evoluiu de uma instituição regional focada em crédito consignado para um banco nacional de portfólio completo, destaca-se pela sua robustez e presença crescente”.
Com 8,9 milhões de clientes, R$ 61 bilhões em ativos e atuação em 20 estados, o BRB diz que se consolida sua presença nacional no varejo bancário, crédito imobiliário, agronegócio, setor público, meios de pagamento, seguros e investimentos.
“O Banco Master, por sua vez, agrega expertise em cartão de crédito consignado, câmbio, mercado de capitais e atacado, áreas nas quais tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos. Essa especialização complementa a estrutura do BRB, ampliando o alcance e a diversificação dos serviços oferecidos”.
Quem é o Banco Master?
Fundado em 1970, o Master tem sede e São Paulo. Em 2018, passou por uma reformulação e fez mudanças em sua direção, com a chegada de Vorcaro ao comando. A partir de 2021, ganhou o atual nome.
Atualmente, atua em diversas frentes, incluindo crédito pessoal e consignado, serviços financeiros e banco de investimentos.
Com uma estrutura enxuta, o banco não possui agências físicas, priorizando soluções digitais para seus clientes.
Em fevereiro de 2024, o Banco Master anunciou a aquisição do will bank, um banco digital com mais de seis milhões de clientes e forte presença no Nordeste brasileiro.
O lucro líquido no semestre encerrado em julho foi de R$ 501 milhões, contra R$ 291 milhões do mesmo período de 2023, crescimento de 72,34%.
No relatório, o banco credita a alta ao portifólio de crédito, bem como os investimentos e aquisições realizadas.
Já o ROE, que mede a rentabilidade do patrimônio, encerrou o período em 32%, contra 34% do mesmo período de 2023.
“O contínuo crescimento do portifólio de crédito, preza pela qualidade destes ativos, e é possível confirmar este fato verificando que mesmo com forte expansão da carteira de crédito o índice da PDD se manteve em patamares adequados”, disse o banco.
CDBs polêmicos
Apesar disso, uma reportagem da revista Piauí questionou a estratégias de captação de recurso, principalmente com CBDs (Certificados de Depósito Bancário), com taxas de juros significativamente superiores à média do mercado, chegando a pagar até 130% do CDI.
A prática atraiu investidores em busca de altos rendimentos, mas também levantou preocupações sobre a sustentabilidade da estratégia.
Em relatório, a Nord Research lembra que ao contrário de muitos bancos médios, cuja carteira é composta majoritariamente por empréstimos ao varejo e/ou atacado, aproximadamente 34% da carteira do Banco Master consiste em títulos e créditos a receber.
“Esses títulos e créditos a receber representam precatórios e direitos creditórios, devidos principalmente pelo governo federal. Vale ressaltarmos que créditos precatórios são considerados ativos arriscados por conta de uma não previsibilidade”.
Segundo o Pipeline, do Valor Econômico, com a concentração dessas distribuidoras em bancos e com o aperto recente de regras do Fundo Garantidor de Crédito, seu modelo de negócio foi colocado em dúvida e ganhou atenção do BC e dos demais bancos, motivando a transação com o BRB.