Brava Energia (BRAV3) salta quase 8% no Ibovespa (IBOV); é hora de investir?
As ações da Brava Energia (BRAV3) performam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (18). A alta ocorre na esteira dos resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24), reportados na última semana, e em meio ao avanço dos preços do petróleo.
Por volta de 16h30, os papéis subiam 7,99%, a R$ 17,98.
Os preços do petróleo sobem nesta segunda-feira com a notícia de que a produção do campo petrolífero Johan Sverdrup, na Noruega, foi interrompida. A paralisação do campo gigante agregava força a um mercado que já estava sustentado pela escalada da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
- Acima da Selic a 11,25% ao ano: conheça 8 ações que ainda podem valorizar acima da taxa de juros, segundo analista
Os contratos futuros do petróleo Brent subiam 3,31%, para US$ 73,39 por barril, por volta das 16h15 (horário de Brasília).
A companhia reportou lucro de R$ 498,3 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), ante prejuízo de R$ 349,9 milhões no mesmo período do ano anterior.
O balanço deste trimestre é o primeiro após a fusão da companhia, antes chamada 3R Petroleum, com a Enauta. A conclusão da operação entre as petroleiras júniores ocorreu em julho, com a 3R passando a deter 100% das ações da Enauta, que teve seu registro de companhia aberta cancelado e se tornou uma subsidiária integral da 3R.
Hora de investir em Brava Energia?
Aproveitando as cifras, em relatório, o Bradesco refez os cálculos e chegou a um corte de 20% do preço-alvo, que passou de R$ 40 para R$ 32. Mesmo assim, o preço embute potencial de alta de 92% ante o último fechamento. Diante do tamanho da disparada, o BBI ainda possui recomendação de compra.
Segundo os analistas, a companhia está bem-posicionada para se tornar uma tese de retorno total, com sólidos dividendos (a expectativa do Bradesco BBI é de 12% em 2025 e 13% em 2026).
Já os analistas do BTG Pontual ponderam que o mercado necessitará de mais tempo para recuperar a confiança na tese de investimento da Brava.
Apesar da iminente recuperação de Papa Terra e do início das operações em Atlanta, dois potenciais eventos de redução de risco, destacam que a incerteza em torno dos níveis de produção e capex de 2025 permanece elevada.
Para o banco, isto pode limitar a capacidade do mercado de avaliar o ritmo das reduções de custos e o progresso da desalavancagem da empresa em 2025, fatores estes cruciais para uma visão mais construtiva sobre as ações.
“Se os planos da administração se concretizarem, os riscos negativos deverão ser contidos, mas a margem de erro é pequena e, no atual ambiente de volatilidade de preços e elevado custo de capital, a BRAV continua a ser um investimento de alto risco”.
Apesar disso, o BTG permanece com indicação de compra para a Brava, com preço-alvo de R$ 52.
Para o Santander, os números vieram em linha com o esperado, no entanto, com uma queima de FCF (Fluxo de Caixa Livre) maior do esperado pelo banco.
Os analistas estimam uma queima de FCF de ~R$ 1,2 bilhão (ex vários eventos pontuais), embora observem que a dívida líquida aumentou apenas ~R$ 358 milhões na comparação trimestral, para R$ 7,3 bilhões, amplamente ajudada pela entrada de caixa da venda de um WI de 20% em Atlanta.
O banco permanece com classificação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para BRAV3, com preço-alvo de R$ 48.
*Com informações da Reuters e Renan Dantas