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Brava Energia (BRAV3): Ações sobem após números do 3T24; dois bancões seguem compradores

14 nov 2024, 12:33 - atualizado em 14 nov 2024, 18:52
brava energia
Ações da Brava Energia performam em alta no Ibovespa após números do 3T24 (Imagem: Divulgação)

A Brava Energia (BRAV3) operam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) após a companhia reportar lucro de R$ 498,3 milhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), ante prejuízo de R$ 349,9 milhões no mesmo período do ano anterior.

O balanço deste trimestre é o primeiro após a fusão da companhia, antes chamada 3R Petroleum, com a Enauta. A conclusão da operação entre as petroleiras júniores ocorreu em julho, com a 3R passando a deter 100% das ações da Enauta, que teve seu registro de companhia aberta cancelado e se tornou uma subsidiária integral da 3R.

Nesta quinta-feira (14), os papéis subiram 6,59%, a R$ 16,65.



Na análise do BTG Pactual, o balanço evidenciou trimestre de difícil transição, marcado por múltiplas paralisações de produção, por isso não mostra com precisão o potencial operacional do portfólio, embora acreditem que o mercado esperava resultados mais fortes.

“Do lado positivo, a administração reiterou mensagens importantes que apontam para melhorias no curto prazo, com esforços focados na restauração de Papa Terra, no início das operações no FPSO Atlanta e na priorização das 51 concessões que representam 90% do VPL das reservas, juntamente com potenciais desinvestimentos”, dizem os analistas.

O banco destaca ainda que os resultados reportados pela Brava são bastante distorcidos devido a ajustes proforma, não sendo facilmente comparáveis com períodos anteriores.

Os analistas comentam ainda que o Ebitda ajustado atingiu de R$ 727 milhões (62,5% WI em Papa Terra – R$ 705 milhões assumindo 100%), ficando abaixo da estimativa do BTG em 14%.

“O resultado reflete não apenas fatores macroeconômicos adversos, com preços menores neste trimestre, mas também custos de extração proforma de US$ 20/boe, abaixo dos US$ 23/boe no 2T, após a integração do ativo mais rentável, Atlanta”, ponderam.

O trimestre foi também impactado por uma queda na produção, ficando aquém das expectativas devido à manutenção em Papa terra e à fase de transição em Atlanta, somado a despesas pontuais relacionadas à fusão.

A XP Investimentos pondera que a alavancagem de 2,7x dívida líquida/Ebitda LTM foi maior do que o esperado, o que aumenta a chance de violar o limite do covenant de 3,0x no quarto trimestre deste ano, embora apenas temporariamente devido a paradas de produção.

Olhando além dos desafios de curto prazo, os analistas acreditam que há espaço para a Brava liberar um valor significativo de suas operações (particularmente Papa Terra e Atlanta) e capturar sinergias da transação.

“Acreditamos que o resultado do 4T24 não deve ser um catalisador tão negativo, uma vez que se espera que a produção aumente substancialmente antes da publicação dos resultados financeiros do 4T no início de 2025. Em nossa opinião, o ramp-up oportuno nos dois principais campos offshore da Brava em dezembro é fundamental para o caso de investimento”, dizem os analistas.

É hora de comprar Brava Energia?

Os analistas do BTG Pontual ponderam que o mercado necessitará de mais tempo para recuperar a confiança na tese de investimento da Brava. Apesar da iminente recuperação de Papa Terra e do início das operações em Atlanta, dois potenciais eventos de redução de risco, destacam que a incerteza em torno dos níveis de produção e capex de 2025
permanece elevada.

Para o banco, isto pode limitar a capacidade do mercado de avaliar o ritmo das reduções de custos e o progresso da desalavancagem da empresa em 2025, fatores estes cruciais para uma visão mais construtiva sobre as ações.

“Se os planos da administração se concretizarem, os riscos negativos deverão ser contidos, mas a margem de erro é pequena e, no atual ambiente de volatilidade de preços e elevado custo de capital, a BRAV continua a ser um investimento de alto risco”.

Apesar disso, o BTG permanece com indicação de compra para a Brava, com preço-alvo de R$ 52.

Para o Santander, os números vieram em linha com o esperado, no entanto, com uma queima de FCF (Fluxo de Caixa Livre) maior do esperado pelo banco.

Os analistas estimam uma queima de FCF de ~R$ 1,2 bilhão (ex vários eventos pontuais), embora observem que a dívida líquida aumentou apenas ~R$ 358 milhões na comparação trimestral, para R$ 7,3 bilhões, amplamente ajudada pela entrada de caixa da venda de um WI de 20% em Atlanta.

O banco permanece com classificação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para BRAV3, com preço-alvo de R$ 48.

Já o Goldman Sachs permanece com uma classificação neutra para a Brava, com preço-alvo de R$ 30,80. Para o banco, os números vieram um pouco abaixo do consenso, com foco na alocação de capital e recuperação da produção.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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