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Brava Energia (BRAV3): Ação dispara quase 8% em meio a prejuízo bilionário; o que agrada o mercado?

21 mar 2025, 15:34 - atualizado em 21 mar 2025, 17:47
brava energia
As ações da Brava Energia repercutem o balanço referente ao quarto trimestre de 2024 divulgado na quinta (20) (Imagem: REUTERS/Vasily Fedosenko)

As ações da Brava Energia (BRAV3) estão entre os destaques positivos do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (21), após a petrolífera reportar um prejuízo líquido pró-forma de R$ 1,02 bilhão no quarto trimestre de 2024.

O montante representa uma reversão do lucro de R$ 474,7 milhões registrado no mesmo período em 2023.

Apesar disso, BRAV3 chegou a disparar quase 8% no pregão. As ações encerraram o dia com alta 5,57%, a R$ 19,33. Acompanhe o tempo real.



Para o BTG Pactual, a tese da companhia precisa se provar, mas há diversos catalisadores positivos. O último trimestre de 2024 foi um possível ponto de inflexão na história da Brava, que surgiu da fusão entre a 3R Petroleum e a Enautra, na avaliação do banco.

A equipe de analistas liderada por Luiz Carvalho coloca que, com o FPSO de Atlanta operando e a maioria dos investimentos em integridade no campo de Papa Terra concluídos, a companhia terá a oportunidade de reduzir significativamente sua alavancagem ao longo de 2025, assumindo que tenha sucesso aumento da produção offshore e sem depreciação relevante pelo menos na manutenção do portfólio onshore.

O BTG pondera que o quarto trimestre foi fraco, como esperado, mas com sinais encorajadores de eficiência.

Com o petróleo Brent em queda de 6% na comparação trimestral e a produção fraca, dada a demora no início das operações do FPSO de Atlanta e paradas em Papa Terra, a queda de 43% na comparação trimestral do Ebitda ajustado, para R$ 505 milhões, não surpreende os analistas.

Contudo, com a produção do primeiro trimestre de 2025 já 78% acima da média do quarto trimestre, espera-se aceleração na diluição de custos ao longo dos próximos trimestres. O banco tem recomendação de compra para a Brava Energia, com preço-alvo de R$ 32.

Em linha, os analistas Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, estimam que a Brava entregue uma melhora material nos próximos trimestres, com a produção de Papa Terra estabilizada e Atlanta aumentando sua produção.

Os analistas destacam que a produção no campo de Atlanta atingiu 25 mil boepd (barris de óleo por dia), e esperam o aumento de outros 25 mil boepd até o final do primeiro semestre deste ano.

“Com isso, e com alguma gestão incremental de passivos, esperamos que a Brava entregue FCFE (fluxo de caixa ao acionista) positivo nos próximos trimestres”, afirmam.

Brava Energia entregou um trimestre de transição

Na avaliação dos analistas do Santander, o trimestre foi de transição e não da história completa da companhia.

Embora a produção tenha sido fraca no período, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz notam um custo de extração melhor do que o esperado, dado o desempenho sólido de suas operações onshore.

“Em nossa opinião, os resultados do 4T24 são o resultado de um período de transição para a Brava, dada a substituição do FPSO em Atlanta e a decisão de conduzir a manutenção em Papa Terra para melhorar a integridade do ativo, embora as operações onshore tenham sido robustas”.

Olhando para o primeiro trimestre de 2025, os analistas esperam melhores tendências operacionais, dada a produção operacional melhorado, “o que acreditamos ser essencial para a tendência de desalavancagem da Brava em 2025”.

Além disso, entradas de caixa pontuais de vendas de ativos (Guamaré, Recôncavo) também devem ajudar na desalavancagem ao longo do ano, enquanto a Brava continua trabalhando para melhorar a produção em Atlanta (conexão de quatro poços adicionais) e Papa-Terra, ponderam os analistas.

O Santander reitera sua classificação outperform, equivalente à compra, para a Brava.

O Goldman Sachs reforça o coro de que os números foram, sim, fracos neste trimestre, mas o foco é no futuro da companhia.

Os analistas Bruno Amorim, Guilherme Martins e Guilherme Bosso colocam que agora o foco está em:

  • alocação de capital, principalmente em relação ao programa de desinvestimento da Brava, mas também incluindo implicações para remuneração de acionistas;
  • a perspectiva de produção, especialmente para os campos de Atlanta e Papa Terra da Brava, que esperamos aumentar significativamente a produção ao longo dos próximos trimestres;
  • perspectiva de investimentos, considerando o cenário de riscos de baixa para os preços do petróleo.

O banco permanece com classificação neutra para a Brava Energia.

O que fazer com BRAV3?

Banco/Corretora Recomendação Preço-alvo
BTG Pactual Compra R$ 32
Santander Compra R$ 30
Goldman Sachs Neutra R$ 23,30

 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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