Braskem: Vale a pena esperar pela venda da empresa? UBS mostra frustração com demora
A demora envolvendo a possível compra do controle da Braskem (BRKM5) pela holandesa LyondellBasell se arrasta mais do que o esperado e já pesa sobre a ação da maior petroquímica brasileira, que recua mais de 7% nos últimos três meses, disseram analistas do banco UBS em relatório.
Não se trata de um acordo simples, afinal depende de saber se a LyondellBasell irá comprar a participação da Odebrecht e se a Petrobras vai vender a sua fatia – ambas detêm, respectivamente, 38,3% e 36,1% do capital social da Braskem. O processo está tomando mais tempo em meio a imbróglios judicias, a reestruturação da dívida da Odebrecht, uma das companhias envolvidas na Operação Lava Jato e um problema ambiental que forçou à suspensão do pagamento de mais de R$2,7 bilhões em dividendos.
No meio do caminho, a Braskem apresenta os resultados do primeiro trimestre em 8 de maio, e eles deverão vir fracos, na visão do analista do UBS, Luiz Carvalho, em razão de menores spreads, ou seja, a diferença entre o preço da matéria-prima – no caso, a nafta, derivada do petróleo – e o produto vendido, especialmente no negócio de polietileno.
Também por isso, pesquisa realizada neste início de abril pelo banco suíço, junto a 22 gestores, revelou que 45% estão pessimistas com a tese de investimento na empresa, enquanto 23% estão otimistas. Em novembro, o mesmo levantamento com 29 gestores mostrava 62% deles otimistas com Braskem.
O UBS, por sua vez, segue com recomendação neutra para as ações da petroquímica, com preço-alvo de R$57. Hoje, a ação da companhia recuava 1,11% a R$47,39, às 14h59.