Braskem: tudo aponta para um 2021 excelente, mas México ainda preocupa

Os números da Braskem (BRKM5) no quarto trimestre animaram analistas, que destacaram que a empresa deverá ter um 2021 menos turbulento.

A petroquímica reverteu o prejuízo de R$ 2,9 bilhões e lucrou R$ 878 milhões favorecido pela taxa de câmbio, além de melhores spreads e vendas maiores no Brasil.

O Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 4,5 milhões ficou 5% acima do esperado pelo Safra.

Apesar disso, o lucro encerrou o período abaixo das expectativas, refletindo a provisão adicional de R$ 1.758 bi para o evento de Alagoas.

“Considerando o atual ambiente, os spreads petroquímicos tendem a se manter favoráveis ​​em 2021 o que, somado à retomada da demanda, pode ser positiva para o faturamento da Braskem neste ano”, apontam Conrado Vegner e Victor Chen.

A percepção também é apontada pela Guide Investimentos.

“Avaliamos que a Braskem deve continuar em uma tendência mais positiva para 2021, em meio a melhora do cenário internacional para os seus produtos”, afirma Luis Sales, que assina o relatório.

Porém, ele aponta que os riscos envolvendo a operação no México (suspeita de crimes envolvendo negociação no fornecimento de eteno) ainda podem deixar o papel pressionado.

No começo do mês, a empresa assinou um acordo com o governo mexicano para retomar o fornecimento de gás.

Números

As vendas de resinas no mercado interno foram 5% menores no trimestre, resultado da menor taxas de utilização devido ajustes operacionais em uma das usinas.

Já as exportações caíram 20% em 2020, já que a Braskem priorizou o mercado interno.

Os volumes de vendas internas dos principais produtos químicos saltaram 8% no trimestre, reflexo da recuperação da demanda por gasolina e das indústrias têxteis e de borracha.

Por outro lado, as exportações diminuíram 25% no trimestre, também devido aa estratégia de priorizar as vendas no mercado interno.

Recomendações

Diante do cenário positivo, a Guide elevou a recomendação de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 36, potencial de valorização de 10%.

Já o Safra tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 29,10.