Braskem registra no 2º trimestre lucro líquido de R$ 1,142 bilhão
A Braskem registrou lucro líquido de R$ 1,142 bilhão no segundo trimestre de 2017, resultado quatro vezes maior que os R$ 275 milhões apurados no mesmo período de 2016, conforme divulgação realizada na noite da terça-feira, 15. Em relação ao primeiro trimestre, o lucro apresentou queda de 40% (R$ 1,914 bilhão). No primeiro semestre, a petroquímica teve lucro de R$ 3,057 bilhões, avanço de 186% em relação ao ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da Braskem no segundo trimestre ficou em R$ 3,029 bilhões, 1% maior que no mesmo período de 2016, e 16% menor que o registrado no primeiro trimestre. A margem Ebitda entre abril e junho ficou em 25,5%, praticamente estável em relação aos 25,7% de um ano antes. A receita líquida da Braskem ficou em R$ 11,87 bilhões no segundo trimestre, e em R$ 24,47 bilhões no semestre.
A companhia informa que a receita em dólares ficou em US$ 3,7 bilhões entre abril e junho, com crescimento de 11% na comparação anual. O resultado financeiro líquido da Braskem no segundo trimestre foi negativo em R$ 650 milhões, uma melhora de 49% ante o resultado negativo em R$ 1,262 bilhão registrado um ano antes. No semestre, o resultado foi negativo em R$ 1,294 bilhão, ante R$ 2,666 bilhões negativos em 2016, melhora de 51%.
A dívida líquida da Braskem fechou o mês de junho em R$ 5,172 bilhões, queda de 1% na comparação com março e de 7% na comparação com junho de 2016. O nível de alavancagem da companhia, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, fechou junho em 1,63 vez, contra 1,57 vez em março e 1,79 vez de um ano antes.
Balanços auditados
Os resultados do segundo trimestre passaram por revisão de auditores independentes, e, ao mesmo tempo em que divulgou os números, a Braskem anunciou a publicação das demonstrações auditadas de 2016 e do primeiro trimestre de 2017. A companhia teve problemas para divulgar estes balanços por conta do acordo de leniência no âmbito da Operação Lava Jato. Em Fato Relevante, a Braskem informa que vai convocar Assembleia Geral de acionistas para discutir as contas de 2016 e deliberar sobre a destinação dos resultados.
Spread em petroquímicos
O spread de petroquímicos básicos, calculado pela diferença entre o preço da resina com o preço da nafta, foi de US$ 457 por tonelada no segundo trimestre de 2017, uma queda de 5% na comparação com o trimestre exatamente anterior e alta de 49% ante o segundo trimestre de 2016. Os petroquímicos básicos abrangem 15% de eteno, 10% propeno, 35% BTX, 10% butadieno, 5% cumeno e 25% combustíveis. No Brasil, o spread resinas ficou em US$ 674/t, 2% acima dos três primeiros meses do ano e estável ante o ano passado.
Nos Estados Unidos, o spread foi de US$ 573/t, mesmo valor do primeiro trimestre de 2017 e queda de 23% na comparação anual. Na Europa subiu 11% na comparação trimestral e caiu 2% na anual, para US$ 504/t, enquanto no México o spread foi de US$ 965/t, quedas de 5% e 2%, respectivamente. Segundo o informe de resultados da Braskem, a alta do spread no Brasil do primeiro para o segundo trimestre de 2017 ocorreu pela queda de 11% no preço da nafta no mercado internacional. Já na Europa, a alta de 11% do spread dada a maior demanda de PP nos setores de construção, higiene e saúde, combinado com um menor volume de PP importado do Oriente Médio.
Alavancagem
A Braskem finalizou o segundo trimestre de 2017 com uma alavancagem – medida pela relação dívida líquida e Ebitda – em dólar de 1,63 vez, ante 1,57x no primeiro trimestre de 2017 e de 1,79x no segundo trimestre do ano passado. A dívida líquida somava US$ 5,172 bilhões em junho deste ano, um recuo de 7% na comparação com junho de 2016, de US$ 5,553 bilhões.
Ao considerar o acordo de leniência firmado com as autoridades no Brasil e exterior, no valor de US$ 957 milhões, a dívida líquida ajustada da Braskem passa para US$ 5,871 bilhões, o que representa um avanço de 5,7% ante os mesmos US$ 5,553 bilhões. A Braskem, contudo, descontou a atualização contábil de US$ 66 milhões e o pagamento já realizado de US$ 191 milhões. Assim, a alavancagem ajustada da empresa vai para 1,85 vez. Em junho de 2017, o prazo médio do endividamento era de 14 anos e se considerada apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo médio ficou em 17 anos.
Investimentos
No segundo trimestre de 2017, os investimentos da Braskem no Brasil, Europa e Estados Unidos somaram R$ 439 milhões. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, os aportes somaram R$ 694 milhões. Na primeira metade de 2017, as unidades realizaram 39% do investimento total previsto para o ano, de R$ 1,761 bilhão.
Do total, R$ 585 milhões correspondem a investimentos no Brasil, sendo R$ 526 milhões no lado operacional e R$ 59 milhões no estratégico, que refere-se, principalmente, ao projeto para diversificação de matéria-prima no cracker da Bahia, que já atingiu 63% de progresso físico até junho, com conclusão prevista para o quarto trimestre de 2017. Já a Braskem Idesa, do México, realizou R$ 5 milhões em investimentos no segundo trimestre de 2017 e R$ 7 milhões de janeiro a junho, todos do lado operacional. O valor corresponde a apenas 13% do previsto para todo o ano de 2017, de R$ 53 milhões.
CPV consolidado
O custo dos produtos vendidos (CPV) consolidado da Braskem foi de R$ 8,979 bilhões (US$ 2,794 bilhões) no segundo trimestre de 2017. Ao desconsiderar o CPV das revendas, de R$ 11 milhões, o CPV da Braskem foi de R$ 8,968 bilhões, 11% superior ao segundo trimestre de 2016, explicado, segundo o informe de resultados da empresa, pelo ramp-up de produção do complexo petroquímico da Braskem Idesa, maior volume de venda de PP nos Estados Unidos e Europa, e aumento de preço das principais matérias-primas (nafta, etano, propano e propeno).
O aumento de preços dos insumos, no entanto, foi compensado parcialmente pela apreciação de 8,4% do real ante o dólar. De abril a junho de 2017, a participação da nafta no total do CPV foi de 43,4%, uma queda de 0,7% ante o mesmo período do ano passado, explicada pela apreciação do real, início da produção do México, normalização do consumo de propeno da Petrobras, e menor consumo de nafta com a parada do cracker no ABC no período. As despesas gerais e administrativas totais da Braskem no segundo trimestre de 2017 foram de R$ 709 milhões, 4% superior na comparação anual.