Braskem: Planner projeta mais um balanço positivo para o 4º trimestre, mas corta preço-alvo da ação
A Planner reafirmou suas boas expectativas sobre os resultados do quarto trimestre de 2020 da Braskem (BRKM5) após a companhia ter reportado números consistentes na temporada de balanços mais recente.
“Os resultados operacionais da Braskem no terceiro trimestre foram muito bons, com um forte crescimento do Ebitda, não só na comparação com o trimestre anterior, mas também em relação ao terceiro trimestre de 2019”, destacou o analista Luiz Francisco Caetano.
O Ebitda recorrente da companhia totalizou R$ 3,7 bilhões no período. O montante corresponde a uma forte alta de 129% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
A receita líquida de vendas registrou crescimento de 20% no comparativo anual, para R$ 15,9 bilhões. O prejuízo líquido, por outro lado, subiu de R$ 888 milhões para R$ 1,4 bilhão na mesma base de comparação.
Na avaliação da Planner, os resultados dos três últimos meses do ano serão semelhantes aos do terceiro trimestre, considerando que a forte demanda no Brasil vai continuar e as vendas nos mercados do México, dos Estados Unidos e da Europa crescerão.
No entanto, o desempenho da Braskem não está livre de riscos. A Planner mencionou o acidente em Maceió (AL), região onde a companhia realizava atividades de mineração de sal e foi afetada por um fenômeno de afundamento de solo, levando à desocupação de milhares de imóveis.
“Ainda há risco para os resultados da empresa nos próximos trimestres relativos a este acidente. No seu último comunicado sobre o assunto, a Braskem não descartou a necessidade de novas provisões. Um ponto ainda pendente sobre este problema é uma ação do Ministério Público Federal por danos socioambientais, na qual é pedida uma indenização de R$ 20 bilhões”, disse Caetano.
Outra questão levantada pela Planner envolve as acusações de fraude feitas pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, sobre a negociação do contrato de fornecimento de etano entre o consórcio Braskem-Idesa e a Petróleos Mexicanos (Pemex). Segundo a corretora, uma solução pode demorar a chegar. As críticas também alimentam dúvidas quanto à continuação da operação Braskem-Idesa, bastante lucrativa à Braskem.
A Planner manteve a recomendação de compra para a ação, mas reduziu o preço-alvo de R$ 35 a R$ 30 por esperar queda nas cotações de resinas.