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Braskem opera em alta; Odebrecht negocia dividendo com bancos

03 dez 2019, 11:19 - atualizado em 03 dez 2019, 11:20
Braskem
A Braskem está no centro das notícias a respeito da recuperação judicial da Odebrecht (Imagem: Facebook Braskem)

Por Investing.com

As ações da Braskem (BRKM5) são negociadas com ganhos na abertura da sessão desta terça-feira na B3. A companhia está no centro das notícias a respeito da recuperação judicial da Odebrecht.

A holding, que é proprietária da construtora de mesmo nome envolvida nos casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, está propondo a bancos credores manter o recebimento da maior parte dos dividendos pagos pela petroquímica e que esperem um período mais longo antes de tentar vender as ações do conglomerado na empresa.

Com isso, por volta das 11h20, os ativos tinham ganhos de 2,15% a R$ 48,45.

A Odebrecht está reestruturando R$ 51 bilhões em dívida, uma das maiores reestruturações da história da América Latina.

O conglomerado entregará sua proposta para os credores na assembleia de credores na próxima quarta-feira, mas representantes dos credores que têm direito às ações da Braskem já aprovaram informalmente a proposta, segundo as fontes, que pediram anonimato para revelar negociações sigilosas.

Mas ainda não há uma decisão final, porque a proposta ainda precisa ser aprovada pelos comitês de crédito dos bancos, disseram as fontes. A Odebrecht preferiu não comentar o assunto.

A Odebrecht está propondo um período de “standstill” de 24 meses, durante o qual não será feito nenhum pagamento de dívida e o conglomerado receberá 80% dos dividendos pagos pela Braskem  que hoje são quase toda a receita do conglomerado. Depois desse período, os bancos poderão concordar com uma extensão do standstill por mais um ano.

Por outro lado, os bancos exigem da Odebrecht que não haja mais questionamento no processo de recuperação judicial do direito dos bancos de tomar posse ou vender as ações pelo instrumento da alienação fiduciária.

Há alguns meses, a Odebrecht argumentou no processo de recuperação judicial que a participação na Braskem era um bem essencial que não poderia ser vendido.

Embora o plano não seja exatamente o que os bancos queriam, é uma solução temporária para evitar uma venda da Braskem a preços ruins. Banco do Brasil, Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander Brasil (SANB11) e o BNDES têm a alienação fiduciária das ações da Braskem. Os bancos não comentaram o assunto imediatamente.

Se os bancos vendessem hoje as ações da Braskem, dificilmente cobririam a dívida de R$ 12,6 bilhões que a companhia tem com eles. A ação da Braskem já caiu 38% neste ano.

A empresa pode ser obrigada a pagar pela realocação de milhares de pessoas em Maceió devido a danos ambientais provocados pela mineração de sal gema na região. Ainda não está claro quanto isso poderia custar à Braskem.