Braskem (BRKM5) Day: Companhia projeta voltar a gerar caixa em 2025, após ‘queimar’ quase R$ 760 milhões até setembro de 24
A Braskem (BKRM5) estima retomar uma geração recorrente de caixa em 2025, afirmou o CFO da companhia, Pedro Freitas, durante o “Braskem Day” realizado nesta segunda-feira (25). O executivo destacou no evento a atual recuperação do resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), e da margem da petroquímica.
Vale lembrar que a companhia registrou um consumo de caixa recorrente de R$ 758 milhões de janeiro a setembro deste ano, ante um uso de R$ 719 milhões no mesmo período de 2023, sob o peso do afundamento de solo em Alagoas, além do ciclo de baixa global da indústria.
Segundo o CFO da companhia, mesmo com um resultado operacional mais baixo, há esforços para retomar uma geração de caixa.
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“Mantemos uma posição de caixa bastante robusta para cumprir com nossas responsabilidades financeiras”, defende Freitas.
Sobre os esforços para Alagoas, o executivo disse que “muito já foi feito, e o que falta deve ser concluindo materialmente até 2026, com algumas ações ficando para 2027”.
“Temos uma empresa bastante dolarizada. Temos um progrsma de hedge cambinal para os próximos 18 meses para mitigar a variação do câmbio”, afirma.
Ciclo de baixa petroquímico
Isabel Figueiredo, vice-presidente global de Vinílicos e Especialidades, destacou em sua apresesentação durante o Braskem Day o ciclo de baixa que o mercado petroquímico global enfrenta no momento.
Ela recorda que o primeiro semestre de 2020 foi muito ruim, porque o mundo praticamente parou devido à pandemia de Covid-19. Já no segundo semestre de 2020, ela aponta que os números foram muito bons e, em 2021, a Braskem atingiu o seu melhor resultado histórico.
No entanto, a partir do segundo semestre de 2022, a companhia passou a sentir os efeitos, principalmente, do excesso de capacidade da China.
“O que aconteceu foi que a China tinha uma ambição de ser autossuficiente em produtos petroquímicos e, quando essas plantas todas começaram a produzir, houve uma crise de demanda, especialmente na construção civil. O país começou a exportar esses produtos petroquímicos, o que pressionou os preços”.
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Em 2023, ela firma que a empresa teve um resultado bastante ruim. Em 2024, o resultado melhorou um pouco. Mas ela admite que ainda há desafios pela frente. “Com tudo isso, o Ebitda recorrente da América do Sul representa 65% do consolidado”.
3T24 da Braskem
No início de novembro, a petroquímica divulgou seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24), com queda de 75% no prejuízo, para R$ 593 milhões, quando comparado com o mesmo período de 2023. O principal fator foi um desempenho operacional mais forte, segundo balanço divulgado pela maior petroquímica da América Latina.
A companhia apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente de R$ 2,394 bilhões, salto ante os R$ 921 milhões obtidos no terceiro trimestre do ano passado, em meio a um quadro de câmbio mais favorável e melhores spreads.
A receita líquida somou R$ 21,27 bilhões, crescimento de 28% sobre um ano antes, enquanto o custo do produto vendido avançou 18%, para 19 bilhões.
A Braskem teve consumo recorrente de caixa de R$ 1,1 bilhão no período, bem acima do desempenho negativo de R$ 48 milhões de um ano antes.
A companhia afirmou que os “spreads no mercado petroquímico internacional seguiram a trajetória positiva”, e que os problemas logísticos e paradas de manutenção de instalações da indústria em várias regiões “impactaram o nível de oferta, contribuindo para o aumento dos spreads no mercado internacional”.
O desempenho da empresa foi em parte apoiado pela retomada das operações no Rio Grande do Sul, onde o polo petroquímico de Triunfo ficou paralisado por vários meses após o desastre das enchentes no Estado entre maio e junho.