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Braskem (BRKM5): O corte afiado do UBS BB para a ação (e por que não comprar agora)

15 dez 2022, 16:56 - atualizado em 15 dez 2022, 16:56
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UBS BB avalia que faltam gatilhos na tese de investimento da Braskem (Imagem: Divulgação / Braskem)

O UBS BB fez um corte duplo na tese de investimento da Braskem (BRKM5). A recomendação para a petroquímica foi rebaixada de “compra” para “neutro”. Além disso, o preço-alvo diminuiu em 40%, de R$ 50 para R$ 30.

O principal motivo é a falta de gatilhos. Embora espere uma normalização dos spreads, a instituição esperava que o movimento acontecesse gradualmente ao longo de 2023, e não em duas semanas no segundo semestre de 2022.

“Pensamos que os spreads iriam encolher em 2023, período em que esperávamos novas instalações para produzir e aumentar a oferta geral. No entanto, um ambiente desafiador no segundo semestre de 2022 antecipou tal movimento, levando a um declínio acentuado de spread”, comentam Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt, do time de análise, em relatório enviado a clientes e publicado nesta quarta-feira (14).

Em 2023, os analistas avaliam que os spreads devem seguir em movimento de queda no comparativo anual (mas com aumento em relação ao quarto trimestre de 2022).

“Achamos que os spreads permanecerão pressionados nos próximos 1-2 anos”, afirmam.

Uma performance mais fraca deve levar a menores dividendos, completa o UBS BB.

Venda da Braskem segue uma incógnita

Outro ponto levantado pelo UBS BB é que a venda de participação da Novonor e/ou Petrobras (PETR3;PETR4) na petroquímica permanece incerta.

A Novonor anunciou que está no processo de vender sua fatia na Braskem para honrar pagamentos com credores, mas não há avanços até o momento. Já a Petrobras afirmou que sua fatia na Braskem integra seu portfólio de desinvestimentos.

O UBS BB destaca, no entanto, que o processo é incerto. Além disso, afirmações vindas do lado do novo governo indicam que a Petrobras deve aumentar os investimentos em vez de pagar dividendos elevados, sob a justificativa de que a integração entre as operações de refino e petroquímica é uma tendência global.

“Tais comentários podem implicar que a Petrobras pode eventualmente decidir aumentar a capacidade em petroquímica”, avalia a instituição.