Braskem (BRKM5): BB mostra otimismo com margens e projeta valorização robusta; vale comprar?
A Braskem (BRKM5) reportou prejuízo líquido de R$ 3,736 bilhão no segundo trimestre de 2024 (2T24), uma piora de quase três vezes em relação ao mesmo período de 2023, segundo documento enviado ao mercado na madrugada desta quinta (8).
Segundo o BB Investimentos, a Braskem apresentou um resultado positivo no 2T24, com um avanço anual de 39% no Ebitda, capturando a melhora no cenário de spreads de produtos petroquímicos, além de um bom volume de vendas no Brasil e no México, mesmo com as interrupções ocorridas no Brasil (Rio Grande do Sul) e no México (menor disponibilidade de etano e parada programada).
O banco ainda destaca que Ebitda da Braskem atingiu R$ 1,7 bilhão no 2T24, 19% superior trimestralmente, devido:
- Aumento de 19% no spread de principais químicos e de 8% no spread de resinas no segmento Brasil;
- Aumento no spread de PE (+4% t/t) e no volume de vendas de PE em +12% t/t no segmento México;
- Redução de US$ 64 milhões em despesas operacionais e de US$ 12 milhões em custos fixos em relação ao trimestre anterior.
Com a interrupção das operações no polo petroquímico de Triunfo, devido às enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, a taxa de utilização da operações doméstica ficou em 71%, 3 p.p. abaixo do 2T24.
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“Houve uma maior lacuna na produção de eteno verde, dado que o polo de Triunfo é o único capacitado para a produção do eteno com menor pegada de carbono, mas o produto ainda possui participação bastante limitada no mix da companhia”, explica Daniel Cobucci.
Hora de comprar BRKM5?
A instituição aponta que desde abril, as ações da Braskem vêm sofrendo uma forte queda nas cotações (de 34% desde 4 de abril). O processo se iniciou após a desistência da Adnoc em prosseguir com o processo de aquisição da fatia detida pela Novonor na companhia, mas prosseguiu à medida em que o excesso de capacidade global vem prejudicando as margens do setor.
Na visão do BB, a melhora nos spreads apresentada recentemente começa a dar espaço para uma visão um pouco mais otimista para 2025.
No entanto, enquanto persistir tal cenário de forte desequilíbrio entre oferta e demanda de produtos petroquímicos, entendemos que os riscos devem seguir pesando sobre os papéis da companhia, ainda que o trimestre atual tenha tido uma dinâmica operacional e financeira melhor do que o esperado.
Com isso, os analistas do BB contam com recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 27 (potencial de valorização de 61,8%)