Braskem: ação só terá espaço para subir após fim de ruídos políticos e legais
A recuperação da Braskem (BRKM5) entrou em um ritmo mais acelerado. A equipe de Relações com Investidores da companhia mostrou confiança sobre a demanda no terceiro trimestre aos analistas do BTG Pactual (BPAC11), visto que as vendas de julho ficaram 10% acima dos níveis pré-covid e os números de agosto atingiram níveis recordes. A performance em setembro também deve apresentar melhorias.
“Ficamos felizes em ouvir que a Braskem está recuperando participação de mercado no segmento de polietileno (PE) neste trimestre e voltou aos níveis vistos antes do aumento de capacidade nos Estados Unidos (cerca de 70%), indicando que as recentes estratégias comerciais estão começando a gerar resultados”, afirmaram Pedro Soares e Thiago Duarte, autores do relatório divulgado pelo BTG nesta quinta-feira (10).
Os negócios de polipropileno (PP) também seguem uma tendência forte, beneficiada pelo câmbio e pelo fechamento de diversas plantas na América Latina. A expectativa é de que a Braskem atinja números recordes no segmento em breve.
Riscos
Apesar do cenário mais equilibrado no curto prazo, o BTG manteve a recomendação neutra para a ação da Braskem, com preço-alvo em 12 meses de R$ 28. De acordo com os analistas, o episódio do afundamento de solo em Alagoas e as críticas feitas pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, sobre o acordo de fornecimento de etano entre o consórcio Braskem-Idesa e a Petróleos Mexicanos (Pemex) continuarão pesando sobre o papel.
Além disso, a pressão sobre os spreads de resina e nafta no longo prazo devem limitar a capacidade da Braskem de entregar uma desalavancagem rápida.