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Braskem: 5 motivos para se preocupar com a empresa

18 nov 2019, 15:31 - atualizado em 18 nov 2019, 15:31
Usina da Braskem
Brilhante ou sombrio? Futuro da empresa depende de quem olha (Imagem: Divulgação/Braskem/Facebook)

A Braskem (BRKM5), uma das maiores petroquímicas do mundo, precisará superar uma série de percalços, se quiser reconquistar a confiança dos analistas. Não bastasse o prejuízo apresentado no terceiro trimestre, a companhia também é assombrada por problemas na operação no Brasil, em suas subsidiárias no exterior e no cenário internacional.

Não é à toa que os relatórios divulgados até o momento recomendam cautela. O BB Investimentos reforçou sua recomendação de marketperform (desempenho na média do mercado) para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 45 até 2020. O banco suíço UBS manteve a classificação neutra, com preço-alvo de R$ 31 para os próximos 12 meses.

O BB Investimentos destaca que os fatores positivos com que contou entre julho e setembro, como o aumento de 9 pontos percentuais na utilização da capacidade instalada e a melhor geração de caixa na subsidiária do México não foram suficientes para evitar um tombo de 58% no ebitda, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Esse foi mais um trimestre fraco para a Braskem, com uma queda significativa no EBITDA a/a, em um contexto de forte queda nos spreads petroquímicos. Apesar da dívida líquida ter vindo 6% menor a/a, a queda significativa no EBITDA fez o múltiplo atingir 2,8x (ante 1.8x no 3T18)”, afirmou a instituição.

Dor de cabeça

Já o UBS listou cinco motivos para se preocupar com a companhia no curto prazo, embora observe que a tese de investimento, no longo prazo, é sustentada por um portfólio bastante atraente de produtos e diversificação geográfica e de fornecedores.

Usina da Braskem
Ameaça: geração de caixa da Braskem foi prejudicada pela queda do spread do setor petroquímico (Imagem: Divulgação/Braskem/Facebook)

Os problemas imediatos da petroquímica, segundo o UBS, são:

1. o ciclo de baixa dos spreads do setor petroquímico;

2. os processos judiciais que a Braskem pode enfrentar, decorrentes da extração de sal-gema em Alagoas, que podem gerar pesadas indenizações e multas, estimadas em R$ 27 bilhões;

3. as possíveis mudanças no Regime Especial da Indústria Química (Reiq), em discussão no Congresso, que podem acabar com incentivos fiscais do setor e reduzir suas margens de lucro;

4. eventual queda do mercado mexicano, pois o bom desempenho financeiro das operações locais foi obtido, sobretudo, pela queda nos custos de vendas; já o volume de vendas permaneceu praticamente estável;

5. brigas entre a Odebrecht, sua principal acionista e em recuperação judicial, e os credores – trata-se de um cenário que pode desembocar na venda de uma fatia relevante da Braskem a um novo investidor, o que eleva a incerteza sobre os rumos da companhia.

A cautela dos analistas também é compartilhada pelos investidores. A Braskem está entre as maiores baixas da Bolsa brasileira nesta segunda-feira (18). Por volta das 15h10, as ações operavam em queda de 1,08%, cotadas a R$ 28,50. No mesmo instante, o Ibovespa subia 0,33%, a 106.905 pontos.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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