Economia

Brasília em Off: ritmo da vacinação definirá futuro do auxílio

19 mar 2021, 10:50 - atualizado em 19 mar 2021, 10:50
Dinheiro Auxílio emergencial
Se os grupos prioritários estiverem imunizados até o final de junho e o contágio cair, poderia haver apenas o pagamento de um valor residual aos mais vulneráveis (Imagem: Agência Câmara/Reprodução)

O Ministério da Economia trabalha com dois cenários para uma eventual prorrogação do auxílio emergencial além das quatro parcelas já previstas para 2021.

Tudo dependerá do ritmo de vacinação no país. Se os grupos prioritários estiverem imunizados até o final de junho e o contágio cair, poderia haver apenas o pagamento de um valor residual aos mais vulneráveis com a edição de uma nova emenda constitucional.

Mas se houver um recrudescimento ainda maior da pandemia, a solução seria acionar o mecanismo de calamidade criado pela PEC Emergencial, no qual o governo precisa adotar contrapartidas, como congelar salários, para gastar mais.

Vacina já

A defesa da vacina se tornou o samba de uma nota só da equipe econômica. Não há fala do ministro Paulo Guedes ou de qualquer membro de sua equipe em que a frase “a melhor política é vacinação em massa” não esteja. Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, Guedes falou até sobre sua ânsia pela vacina.

“Já queria ter vacinado. Eu acho ótimo. Sou candidato a vacinar, quero me vacinar”, disse ele em entrevista à CNN Brasil.

A fala é bem diferente do tom adotado pelo ministro em dezembro do ano passado ao conversar com jornalistas: “Eu como cidadão tenho direito à privacidade sobre se vou tomar e qual vacina tomarei. É como o voto, por exemplo. Perguntam se eu votei, em quem eu votei. Vai que meu candidato está criticando o governo?”, disse ele na ocasião.

Debandada

Depois de acusar o golpe e classificar ele mesmo como debandada a saída de Salim Mattar e Paulo Uebel, Guedes não quer mais a imagem de que sua pasta está sendo abandonada.

Segundo um integrante da equipe, o ministro já pediu a auxiliares que comunicaram sua decisão de deixar o governo que não saiam agora porque a pauta de reformas foi destravada. O caminho teria sido aberto pela mudança no comando das duas casas do Congresso e a aprovação da PEC Emergencial.

Guedes tentou manter André Brandão no Banco do Brasil, mas não houve jeito. Segundo um integrante da equipe da instituição, Brandão estava com a cabeça feita diante da ingerência de Bolsonaro, que se irritou com os planos de enxugar a instituição, e vinha se distanciando do cargo desde o final de janeiro.

Tostes

Depois de ajudar a boicotar o trecho da PEC Emergencial que previa desvinculação de receitas defendida por Guedes, o secretário da Receita, José Barroso Tostes, poderia parecer um candidato a deixar o cargo. Mas a ação de Tostes, que tinha como pano de fundo carimbar dinheiro para a Receita Federal, foi vista como um deslize. Além de não querer perder ninguém, Guedes gosta de Tostes.

5G

Exigências de técnicos do TCU que analisam o edital do leilão de 5G deixaram o Ministério das Comunicações e a Anatel receosos de que o leilão, previsto para o meio do ano, possa atrasar.

O edital foi enviado ao Tribunal de Contas em fevereiro, com a previsão de que a análise estaria concluída em 60 dias. O ministro Fabio Faria e o presidente da Anatel, Leonardo Euler, se uniram para tentar destravar o processo. Também para sinalizar avanço, a Anatel deve enviar neste fim de semana os cálculos de precificação do leilão ao TCU.

Sebrae

O secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, está empenhado em tirar o ex-deputado Carlos Melles do comando do Sebrae.

A ideia é retomar a proposta de cortar as alíquotas de contribuição ao sistema S para deixar as empresas com mais recursos em caixa. O nome de Melles foi apoiado por Guedes para o cargo, mas, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, Costa quer deter mais força sobre a entidade.