Finanças Pessoais

Brasileiros não se preocupam com o futuro financeiro, revela pesquisa

06 set 2019, 14:57 - atualizado em 06 set 2019, 14:57
65% dos brasileiros especializados em trabalho braçal e 73% dos profissionais da área do conhecimento e criação não têm receio de serem substituídos por tecnologias

A pesquisa “Agile Protection – Proteção Social: do frágil ao ágil”, da Zurich, revelou que o número de brasileiros que se preocupam com o futuro financeiro é baixo, principalmente entre os jovens. Apenas 23% das pessoas na faixa etária dos 20 aos 29 anos dizem ter dinheiro para a aposentadoria. O percentual sobe para 30% dentre aqueles de 30 a 39 anos.

Dados também apontam que 65% dos brasileiros especializados em trabalho braçal e 73% dos profissionais da área do conhecimento e criação não têm receio de serem substituídos por tecnologias.

Segundo Edson Franco, CEO da Zurich no Brasil, o modelo tradicional de se ter um único emprego ou uma única carreira deixou de ser a única possibilidade de trajetória. Ainda assim, é preciso realizar um planejamento profissional e financeiro.

“À medida que a flexibilidade dos trabalhadores aumenta, eles também tornam-se mais suscetíveis a perdas em relação a estabilidade de emprego e de renda”, afirma o executivo.

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Estabilidade

A maioria diz ser improvável deixar o atual emprego por conta própria para mudar a vida profissional, com maior incidência entre pessoas entre 40 e 54 anos (79%).

A qualificação profissional, por outro lado, é uma preocupação para 81% dos trabalhadores braçais e 85% dos profissionais da área do conhecimento e criação.

Incerteza do futuro financeiro

A preocupação envolvendo o futuro financeiro aumenta conforme a faixa etária sobe. Entre os mais velhos, 44% dos baby boomers e 42% da geração X têm o sentimento de incerteza.

No entanto, pagar conta mensal é o principal fator de preocupação para 49% dos jovens.

Quando o assunto é guardar dinheiro, apenas 47% dos entrevistados com 55 anos ou mais e 41% dos jovens de 20 a 29 anos têm conseguido constituir uma reserva financeira.

“Há um sentimento geral da necessidade de um planejamento financeiro de longo prazo para se ter um complemento de renda no futuro. Mas, no curto prazo, as despesas domésticas mensais ainda comprometem grande parte da renda dos brasileiros, principalmente aqueles com renda inferior a R$ 5 mil”, ressalta Franco.

Mesmo não apresentando o devido preparo às mudanças no mercado e poupando pouco, a maioria dos brasileiros se diz otimista com o futuro.

Quando o assunto é guardar dinheiro, apenas 47% dos entrevistados com 55 anos ou mais e 41% dos jovens de 20 a 29 anos têm conseguido constituir uma reserva financeira

Seguro de vida

Apenas 10% das mulheres e 15% dos homens possuem familiaridade com o seguro de vida, de acordo com a pesquisa. O seguro para proteção de renda também registra baixo nível de conhecimento, representado por 10% das mulheres e 14% dos homens.

Analisando a faixa etária, a grande parcela das pessoas entre 40 e 54 anos não possui seguro (91%). Dentre os jovens, o percentual é de 84%.

“O índice de conhecimento e de aquisição de seguros ainda é baixo entre os consumidores brasileiros, por isso nosso desafio é informá-los sobre a importância de uma proteção para a renda familiar. Isso deve ser feito com forte investimento em educação financeira”, diz o CEO.

Sobre os planos de previdência privada, o conhecimento é maior em comparação à familiaridade que os brasileiros têm com os seguros. Embora mais conhecido, apenas 6,17% da população brasileira com alguma ocupação no mercado de trabalho possuem um plano de previdência.

Metodologia

A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade de Oxford junto a 1.145 trabalhadores brasileiros de 20 a 70 anos, com uma renda mensal média de R$ 5.561,90.

Os dados fazem parte de um amplo levantamento realizado com 16.894 indivíduos de 20 a 70 anos, com alguma ocupação no mercado de trabalho em 15 países (Brasil, México, Austrália, Reino Unido, Irlanda, EUA, Espanha, Itália, Alemanha, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Malásia, Hong Kong, Romênia e Japão).

A coleta de dados online aconteceu de fevereiro a março.