Brasileiros adiam consultas médicas e compras para sobreviver à crise
O endividamento aumentou entre os consumidores: em maio, 77,4% das famílias relataram ter dívidas a vencer. É um salto de 9,8 pontos porcentuais ante o mesmo período do ano passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Além disso, os preços não param de subir. A inflação acumula alta de 11,73% nos últimos 12 meses.
Diante disso, os brasileiros precisaram mudar o seu comportamento em relação aos gastos para conseguir controlar o orçamento e fazer o dinheiro sobrar até o final do mês. É o que indica um levantamento feito em cinco países (Bélgica, Itália, Portugal, Espanha e Brasil) pela Euroconsumers, em parceria com a entidade de defesa do consumidor Proteste.
Mais de 90% dos entrevistados dizem ter alterado os seus hábitos de consumo. E, quando questionados sobre a situação financeira da família, 39% dos entrevistados declaram que a situação está pior que há um ano. Já 58% afirmam não terem margens ou economias para lidar com futuros aumentos de preços.
Cortados do orçamento
Entre as mudanças listadas, estão algumas que afetam a saúde. Três em cada dez pessoas cancelaram atendimento odontológico e 26% optaram por adiar consultas ou tratamentos médicos. Além disso, 20% deixaram de comprar óculos de grau ou aparelhos auditivos.
No quesito mobilidade, três quartos dos entrevistados mudaram os gastos com mobilidade, sendo que 45% dos entrevistados estão evitando usar o carro. O motivo de as pessoas optarem por ficar a pé (33%), ou usar mais o transporte público (29%), é o aumento do preço do combustível – a gasolina já acumula alta de 8,83% em 2022.
A maioria dos consumidores (53%) também adiou ou desistiu de comprar roupas; 47% ainda reduziram as atividades sociais, como idas a restaurantes e bares, e 30% mudaram os planos de férias. Além de 39% terem diminuído as idas ao teatro, cinema e exposições.
Já nos hábitos alimentares, 65% dos consumidores começaram a comprar mais marcas de preço baixo no supermercado, sendo que 41% disseram ter cortado itens não-essenciais de alimentação. Já 49% estão consumindo menos carne, peixe ou frango. Vale lembrar que, no ano, o grupo de Alimentos e Bebidas acumula alta de 7,65%.
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