Brasileiro gasta R$ 40,64 para almoçar fora; média mais cara chega a R$ 51,91 em São Luís
Os trabalhadores brasileiros gastam, em média, R$ 40,64 para almoçar fora de casa, aponta a pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar” da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).
O valor desembolsado, nacionalmente, ficou 17,4% maior do que o apurado em 2019, no período pré-pandemia.
O salário médio do trabalhador brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de R$ 2.548,00. Levando em conta a média nacional do almoço, o desembolso mensal seria de R$ 894,08. “Sem o benefício-refeição, o trabalhador gastaria um terço do seu salário com o almoço fora de casa”, destaca a diretora-executiva da ABBT, Jessica Srour.
Srour ainda ressalta que, apesar do aumento, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de covid-19 e evitando repassar o aumento dos custos aos trabalhadores.
Prova disso é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apurado pelo IBGE, nos últimos 12 meses, mostra que a inflação dos preços da alimentação fora do lar, de 6,6%, foi menor do que a evolução dos preços da alimentação no domicílio, de 16,1%.
No entanto, algumas cidades, como São Paulo, sofrem mais o impacto da inflação. De abril para maio, o custo da cesta básica na cidade, apurado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), superou o valor do salário-mínimo nacional, de R$ 1.212, e ficou em R$ 1.226,10.
Preços por região
A inflação não foi homogênea nos municípios brasileiros. Por isso, a variação de preços da alimentação fora do lar reflete a realidade econômica de cada região. Custos como gás e da energia elétrica, sazonalidade dos produtos e valores do frete do transporte dos alimentos in natura, por exemplo, impactaram o preço final da refeição de maneira diferente em cada cidade pesquisada.
A região com a refeição mais cara é a Sudeste, com preço médio de R$ 42,83. Já a mais barata é a Centro Oeste, a R$ 34,20, aponta o Mosaiclab, empresa de pesquisa que faz parte do grupo Gouvêa Ecosystem.
“Com a retomada das atividades presenciais, os preços devem se acomodar aos patamares pré-pandemia”, avalia Jessica. Veja as médias por região:
Região | Preço-médio por refeição |
---|---|
Brasil | R$ 40,64 |
Sudeste | R$ 42,83 |
Nordeste | R$ 40,28 |
Sul | R$ 36,97 |
Norte | R$ 36,14 |
Centro Oeste | R$ 34,20 |
Veja o preço médio por capitais:
Cidade | Preço-médio por refeição |
---|---|
São Luís | R$ 51,91 |
Rio de Janeiro | R$ 47,09 |
Florianópolis | R$ 46,75 |
Aracaju | R$ 46,11 |
Natal | R$ 44,78 |
São Paulo | R$ 43,27 |
João Pessoa | R$ 42,76 |
Salvador | R$ 42,19 |
Recife | R$ 42,04 |
Belém | R$ 41,04 |
Vitória | R$ 39,66 |
Campo Grande | R$ 39,22 |
Curitiba | R$ 38,38 |
Belo Horizonte | R$ 36,83 |
Cuiabá | R$ 36,61 |
Palmas | R$ 36,61 |
Porto Alegre | R$ 36,12 |
Teresina | R$ 34,92 |
Maceió | R$ 34,76 |
Brasília | R$ 33,37 |
Manaus | R$ 31,91 |
Fortaleza | R$ 29,65 |
Goiânia | R$ 27,94 |
As refeições
A pesquisa avaliou refeições em restaurantes, lanchonetes e padarias, que foram divididas em quatro categorias: comercial, autosserviço, executivo e a la carte. Para os restaurantes por quilo foi considerado o valor de 500g da refeição e 200g da sobremesa.
Em uma refeição completa comercial e autosserviço, o trabalhador brasileiro gasta R$ 30,59 e R$ 35,91, respectivamente. Se a opção for pelo prato a la carte, o valor é mais que o dobro, R$ 64,83. Na categoria executivo, o prato sai por R$ 50,23.
O cálculo prioriza o que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) considera como refeição ideal: prato, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
O estudo foi realizado em estabelecimentos que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento em 51 cidades brasileiras, mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022.
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