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BrasilAgro (AGRO3): O que fazer com ações após o 2T25, segundo analistas

07 fev 2025, 12:04 - atualizado em 07 fev 2025, 12:04
Brasilagro agro3
(iStock.com/Jacob Mathers)

BrasilAgro (AGRO3), em comunicado ao mercado ontem (6), reportou um prejuízo líquido de R$ 19,625 milhões no segundo trimestre da safra 2024/2025 (2T25), além de atualizar o guidance da safra.

O BTG Pactual aponta que soja e cana-de-açúcar foram os destaques operacionais, reforçando que o período para empresa é tão sazonal quanto o próprio setor do agronegócio, com os dois primeiros trimestres representando pouco para o resultado do ano-safra.

“Enquanto que nos primeiro semestre da safra inclui as vendas restantes do ano-safra anterior (principalmente soja e cana-de-açúcar), a segunda metade do ciclo é normalmente quando a BrasilAgro colhe e vende suas safras, reconhecendo a maior parte de suas receitas anuais”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttila e Gustavo Fabris.

Os analistas mantêm sua recomendação de compra para ação (preço-alvo de R$ 31 e potencial de alta de 41,36%) em uma perspectiva de longo prazo, mas sem gatilhos no curto prazo. “Mais clareza sobre os planos de crescimento e/ou uma mudança favorável no ciclo de preços das commodities podem ser catalisadores importantes para as ações”.

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Para XP, o pior já passou

Já a XP Investimentos destaca que os números reportados marcam recuperação e sinalizam que o pior já passou, apesar de não esperar um movimento de preço positivo material para as ações.

“Quanto ao guidance, vimos como positivo o avanço da venda pelos farmers, ainda que abaixo dos pares, uma expectativa 29% maior da área plantada de milho/milho de segunda safra e uma projeção 18% menor da área plantada de algodão”, veem Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.



Sobre o hedge, a posição para soja para a safra 2024/25 aumentou de 33% no último trimestre para 46%, enquanto a posição de hedge de milho para a mesma safra aumentou de 13% no 1T25 para 45%. Para o algodão, a posição de hedge aumentou de 26% para 41%. A empresa não começou a proteger nenhum volume para a safra 2025/26.

“Receberíamos positivamente que a Brasilagro avançasse ainda mais em sua posição de hedge, considerando particularmente que a relação de câmbio é favorável para alguns insumos. Mantemos nossa recomendação neutra (preço-alvo de R$ 29,70 e potencial de 35,86%”.

AGRO3: A visão do Itaú BBA e Genial Investimentos

Para o Itaú BBA, que mantém sua recomendação de compra (preço-alvo de R$ 34 e potencial de 50,84%), os principais destaques reportados pela empresa foram:

  1. Progresso na estratégia de hedge, com preços de soja e algodão excedendo projeções;
  2. Posições de taxa de câmbio não protegidas podem potencialmente representar algum risco de alta;
  3. Revisão do guidance sobre o aumento dos custos de produção foi parcialmente mitigada por previsões atualizadas para área plantada e produtividade.

Segundo a Genial Investimentos, que conta com recomendação neutra para ação (preço-alvo de R$ 27,50 e potencial de alta de 21,04%), o resultado foi impulsionado por uma demanda resiliente da cana-de-açúcar e aumento nos preços em reais, devido a uma taxa de câmbio USD/BRL mais alta e condições de mercado um pouco melhores (para a soja), compensando o desempenho fraco do milho, com baixo volume faturado, mesmo que tenha também auferido aumento de preço unitário.

“Por ora, mantemos uma visão cautelosa quanto à materialização de novas aquisições de terras a preços atrativos – e respectivas alienações futuras. Vamos esperar os próximos resultados e avaliar se os preços dos grãos vão se comportar de maneira mais elástica (como vem acontecendo com o milho), o que pode nos levar a um upgrade de rating em breve”, apontam Igor Guedes, Isabelle Casaca, Luca Vello e Iago Souza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.